segunda-feira, 25 de julho de 2016

Bobby Fischer, campeão mundial de xadrez



Bobby Fischer, campeão mundial de xadrez de 1971:

Robert James Fischer foi o mais famoso enxadrista profissional dos EUA. Nasceu em março de 1943, na cidade de Chicago. Quando era criança, sua irmã mais velha lhe ensinou a jogar xadrez, e ele não parou mais, tornando-se um gênio precoce. Com 13 anos de idade já disputava torneios importantes nos Estados Unidos e, com apenas 15 anos de idade, conseguiu o título de Grande Mestre de Xadrez.

O xadrez é um jogo fascinante, disputado por apenas dois jogadores, requer um grande esforço de concentração e uma grande dose de intuição e previsão de jogadas antecipadas. Os grandes mestres de xadrez decoram as principais jogadas dos antigos campeões e passam a utilizar variáveis durante as suas partidas. Existem grandes clubes de jogadores profissionais no mundo inteiro como, por exemplo, em Nova York, onde Bobby Fischer foi morar quando ainda era criança.
Bobby tinha um grande cociente intelectual que, segundo alguns pesquisadores, foi classificado como sendo de 187, comparável ao dos maiores gênios. Mas, o esforço que fazia para derrotar os maiores mestres internacionais acabou por lhe prejudicar a mente, e ele começou a demonstrar alguns problemas de paranoia, quando atingiu uma idade mais madura.


Bobby Fischer venceu o famoso mestre enxadrista russo Boris Spassky, em 1972, numa série de 24 partidas que ficaram famosas no mundo do xadrez. As partidas foram usadas como propaganda pelo Governo dos Estados Unidos para provar a superioridade americana durante o auge da chamada Guerra Fria, entre a URSS e os EUA.

Depois de disputar muitas partidas, Bobby Fischer resolveu abandonar o xadrez profissional em 1966, quando estava com apenas 24 anos. Mas, subitamente ressurge, em 1970, declarando que tinha vontade de derrotar os campeões russos. Obteve sucesso com o seu plano e chegou às finais do campeonato mundial, disputado na Islândia, em dezembro de 1971. A disputa final chamou muito a atenção da imprensa mundial, que estampava manchetes de capa nas principais revistas do mundo inteiro!
Bobby Fischer conseguiu derrotar o russo Boris Spassky em 1972, em Reykjavik, na Islândia, usando como tática um jogo que não estava previsto, ou seja, ele começava suas partidas de maneira improvisada e depois partia para o ataque final. Seu sexto jogo contra Spassky é considerada a melhor partida de xadrez da história! Ele tinha então apenas 29 anos de idade!
Depois do mundial Fischer começou a apresentar maiores problemas mentais e ele parou de jogar profissionalmente. Muitos afirmam que o maior motivo foi porque ele também não conseguia mais o patrocínio financeiro que desejava. O maior enxadrista do Brasil, Henrique da Costa Mecking, conhecido como “Mequinho”, conseguiu empatar uma partida de xadrez contra Bobby Fischer, jogando no torneio de Buenos Aires.
Bobby Fischer naturalizou-se islandês e seu rival Boris Spassky naturalizou-se francês. Depois disso Fischer passou a fazer declarações polêmicas, contra o Governo dos Estados Unidos, e chegou até a ser preso no Japão.


Fischer foi casado com a japonesa Miyoko Watai, entre 2004 e 2008. Após sua morte na Islândia, em janeiro de 2008, quando estava com apenas 64 anos de idade, sua esposa, que também sabia jogar xadrez, ficou com a sua herança. Seu grande rival de 1971, Boris Spassky, ainda permanece vivo e, de vez em quando, ainda joga uma partidinha de xadrez!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Caral, a primeira cidade-estado construída na América



                                  Caral, a cidade-estado mais antiga das Américas:

Centenas de anos antes de aparecerem as grandes civilizações dos incas, dos maias e dos astecas, na América Latina, existiu outra antiga civilização, situada na planície litorânea do Rio Supe, ao norte de Lima, no Peru, e que é considerada atualmente a primeira grande civilização complexa e organizada das Américas, a civilização mãe de todas as outras que apareceram depois, aqui na América.
A cidade-estado de Caral-Supe foi o centro de uma grande região situada ao longo do Vale do Rio Supe, que ia desde o litoral até o interior, nos sopés das montanhas dos Andes. Esta região foi povoada por agricultores e possuía cerca de 30 outros centros populacionais. Dentre estes, cerca de 18 centros também eram considerados sagrados e cerimoniais.
Contemporânea dos grandes impérios existentes em outros continentes, como a Civilização Egípcia e a Civilização da Suméria, esta grande civilização tinha na cidade-estado de Caral, o seu maior centro administrativo e religioso. Segundo as datações feitas em 2004, com o uso de radio-carbono, a Civilização de Caral foi formada pelos antigos agricultores que vieram se estabelecer nesta região, situada a cerca de 200 quilômetros ao norte da atual cidade de Lima, por volta de 3.500 anos antes de Cristo!
Naquela época o clima era diferente, e existiam cerca de 50 rios que carregavam toda a água proveniente do degelo andino para o litoral peruano. O uso destas fontes de água permitiu o desenvolvimento de uma agricultura irrigada e os agricultores puderam cultivar alimentos e plantas, tais como o feijão, a abóbora, a goiaba e o algodão. Mas, estranhamente, eles não cultivavam o milho. Eles faziam longos canais de irrigação usando como matéria prima as pedras que encontravam pela região. Existia também um intenso comércio entre os habitantes das aldeias situadas no vale. Os comerciantes levavam peixes e mariscos do litoral para o interior e traziam os tecidos feitos nas aldeias do interior do vale.
A cidade de Caral, que era um centro administrativo e religioso, foi contemporânea dos primeiros grandes impérios existentes em outros continentes, como a Civilização Egípcia, a Civilização da Suméria, e a Civilização da Ilha de Creta. Esta cidade-estado chegou a ter cerca de 30.000 habitantes e existiu no período entre 3.000 até 1.800 anos antes de Cristo! A cidade viveu o seu apogeu por volta de 2.620 a.C. Hoje, Caral é considerada pela UNESCO um Patrimônio Cultural da Humanidade.
Historicamente, a região do Vale do Rio Supe começou a ser estudada em 1905, quando Max Uhle fez algumas escavações, a cerca de 20 quilômetros daquele local. Posteriormente, em 1949, o viajante Paul Kosok e o arqueólogo americano Richard Schaedel visitaram aquelas ruínas que, naquela época, já eram conhecidas pelo nome de “Chupacigarro Grande”. Mas, o primeiro arqueólogo a realizar algumas escavações foi o francês Frederic Angel, em 1979. Ele descobriu que a cidade de “Chupacigarro Grande” foi construída por uma população que ainda não conhecia a cerâmica!
Somente em 1996 a arqueóloga peruana Ruth Shady, da Universidade Maior de San Marcos, realizou eficientes escavações naquelas ruínas e constatou a existência de uma grande cidade-estado. Ela apresentou o seu relatório em 1997, intitulado “A cidade sagrada de Caral-Supe”. Suas descobertas encantaram o mundo da arqueologia, e atualmente ela é a encarregada das principais escavações, que prosseguem na região de Caral-Supe.
Caral está localizada a 23 quilômetros da costa do Pacífico e possui uma área de 65 hectares. Várias pirâmides e templos em ruínas ainda hoje enfeitam aquele lugar, que se transformou em mais uma atração turística do Peru. A arrecadação feita com o turismo está sendo usada para continuar as escavações e estudos na região. Segundo afirmam alguns arqueólogos a cidade de Caral chegou a ter cerca de 30.000 habitantes, e eles tinham bons conhecimentos de geometria, matemática, música, agronomia, astronomia e técnicas de construção. A cidade ocupava uma área de 65 hectares. Muito provavelmente os seus habitantes falavam um idioma parecido com o quíchua.
Segundo os estudos e as datações, feitas com o uso do radio-carbono, os primeiros agricultores se estabeleceram ao longo do Vale do Rio Supe por volta de 3.500 antes de Cristo! Eles construíram longos canais de irrigação para aproveitar as águas dos rios e do degelo das neves das montanhas dos Andes. Estas técnicas de irrigação foram depois passadas para outras cidades que apareceram depois.
Em Caral foram construídas algumas pirâmides que chegavam a ter cerca de 18 metros de altura! Como ainda não conheciam a roda, as pedras eram arrastadas com o uso de areia e grandes cestos de palha trançada. Na área central da cidade ficavam os prédios públicos, os templos e as casas da elite. Na periferia ficavam as casas da população mais humilde.
Segundo a arqueóloga Ruth Shady, por volta de 1.950 a.C. aconteceu uma forte mudança climática naquela região que se manifestou primeiro através de terremotos intensos e inundações. Depois veio a seca prolongada, que fez com que a areia invadisse os campos de cultivo e formasse grandes dunas de areia no Vale do Rio Supe. Aos poucos a areia foi invadindo os canais de irrigação, as plantações foram prejudicadas e foram desaparecendo.
Os caralinos foram sofrendo com a fome, a seca, as doenças e a extinção dos rios. Por isso resolveram abandonar aquela região, por volta de 1.800 a.C, e emigrar para outras áreas mais férteis e onde já existiam outros centros populacionais, levando consigo a cultura e as técnicas de irrigação desenvolvidas em Caral-Supe.
 Até hoje o idioma mais falado pelos índios e seus descendentes, nas montanhas dos Andes, é o quíchua. Ele é falado por cerca de 15 milhões de pessoas nas montanhas do Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Argentina e norte do Chile. O idioma quíchua pertence ao ramo linguístico Aimará, que é a segunda língua mais falada, adotada por cerca de 2,5 milhões de pessoas. Na figura abaixo vemos uma menina indígena, descendente dos incas, ao lado de uma alpaca, animal típico das montanhas dos Andes, na América do Sul.





terça-feira, 26 de maio de 2015

Viagem pelo tempo



 O tempo foi definido pelo ser humano como sendo uma sucessão de momentos ou períodos. Ele pode ser encontrado em várias fórmulas da física, como por exemplo, na fórmula da velocidade, que foi definida como o resultado da divisão de uma determinada distância percorrida pelo tempo de percurso. Assim, trabalhando-se esta equação, encontramos que o tempo de percurso é o resultado da divisão da distância percorrida pela velocidade. Note que o tempo do percurso diz respeito à uma determinada distância, mas, quanto maior for a velocidade menor será o tempo de percurso.
Alguns cientistas acham que, para os astronautas de uma nave espacial terrestre, que percorre uma grande distância espacial, viajando com uma grade velocidade, próxima da velocidade da luz, que é de quase 300.000 quilômetros por segundo, o tempo tende a passar mais lentamente em relação ao tempo das pessoas que ficaram no Planeta Terra! Assim, quando os astronautas desta nave retornarem ao nosso planeta, encontrariam aqui as pessoas, que tinham a mesma idade deles, um pouco mais velhas do que eles! Para estes astronautas seria o mesmo que dar um salto em direção ao futuro!
 Mas, o tempo também é encontrado em outras equações da física como, por exemplo, a equação da aceleração média, que é definida como sendo o resultado da divisão da variação da velocidade de um veículo pelo intervalo de tempo que durou esta variação. Note que, trabalhando esta equação, obtemos que o intervalo de tempo será igual ao resultado da variação da velocidade dividido pela aceleração média. Se tivermos uma aceleração negativa, que pode ser entendida também como uma desaceleração, vamos ter também um intervalo de tempo negativo! Isto pode dar margem a diversas interpretações físicas, dependendo da análise dos fatos. No link abaixo podemos ver um site que faz algumas interessantes considerações sobre estes assuntos:
Pessoalmente, eu acho que neste caso, da mesma nave espacial terrestre, que percorre uma grande distância espacial, e vai acelerando gradativamente a sua velocidade, até chegar perto da velocidade da luz e, depois, vai desacelerando muito mais rapidamente do que o tempo de aceleração gradativa, que utilizou no começo da sua viagem, pode ocorrer o inverso do primeiro caso. O que pode ocorrer é que os astronautas desta nave, que desacelerou muito rapidamente, podem ficar um pouco mais velhos do que as pessoas que ficaram na Terra com a mesma idade do que eles! Para estes astronautas seria o mesmo que dar um salto em direção ao passado!
Portanto, acho que podemos viajar no tempo dando saltos em direção ao futuro e em direção ao passado! Mas, estes saltos podem ser dados dentro de um espaço fechado, sem precisar fazer uma viagem espacial, apenas viajando numa grande velocidade dentro de um trajeto circular! Para isto, podemos utilizar os grandes aceleradores de partículas, ou as máquinas centrífugas para treinamento dos pilotos dos aviões de caça a jato. 
Como o corpo humano não aguenta uma pressão muito grande, eu acredito que uma máquina para viagens no tempo, baseada no uso de uma máquina centrífuga, com um movimento circular incrivelmente rápido, só poderá ser usada para enviar apenas objetos para o futuro, ou o passado! Alguns cientistas também argumentam que se fosse possível construir uma máquina para fazer viagens pelo tempo, dentro de um espaço fechado e usando a nossa tecnologia atual, esta máquina não seria capaz de levar o seu ocupante para o passado porque, no passado, esta mesma máquina ainda não teria sido inventada! Vejam no link abaixo alguns estudos que estão sendo feitos atualmente sobre viagens no tempo:
Pessoalmente, eu acho que esta viagem ao passado pode ser feita se houver um desvio da época durante a qual esta máquina foi concebida, projetada e fabricada! Acho que podemos pegar um tipo de atalho por uma espécie de “buraco de verme”, (wormhole), que se desviaria da época em que foi criada esta máquina para viagens temporais! Assim, a viagem seria feita através de pulos pelo tempo, ou seja, determinando-se especificamente qual seria o instante preciso do passado em que o viajante no tempo gostaria de estar. As etapas intermediárias do tempo seriam simplesmente descartadas!
 Acredito que, para chegarmos a um lugar específico do passado seria preciso primeiro efetuar um pulo em direção a um alvo específico! Para isto, precisaríamos de um alvo específico aonde apontar a nossa máquina do tempo. Estes alvos do passado podem ser os objetos que existiam no passado, e que chegaram até nós vindos do passado. São antiguidades que já estiveram nas mãos de pessoas do passado, ou dos nossos ancestrais. Podem ser coisas como uma máquina fotográfica antiga, uma caneta, uma roupa, um automóvel antigo, uma arma, enfim, quanto mais impregnado com a energia do passado este objeto for, maiores serão as chances de obtermos um alvo para onde apontar a nossa máquina do tempo! Estes objetos antigos costumam ficar impregnados com estas energias, que eles captaram das pessoas e das coisas com as quais foram fabricados e com as quais tiveram a oportunidade de conviver!
 Muito se tem escrito sobre a existência de um vórtex espaço-temporal, ou seja, de um lugar onde o espaço e o tempo se encontram. É uma espécie de local onde existe um ângulo que permite a passagem dos viajantes pelo tempo, normalmente em máquinas especialmente construídas para esta finalidade. Estar dentro de um vórtex espaço-temporal é como estar “fora” do tempo, em um lugar onde a luz, a escuridão, a matéria e a energia se misturam, se dividem, se deslocam e se transformam. Alguns cientistas acham que a viagem no tempo é possível em lugares onde as leis da física não se aplicam, em lugares onde a luz, a energia, o tempo, o espaço, as ondas, o magnetismo e algumas outras leis da física que conhecemos atualmente não se aplicam tal como, por exemplo, no interior dos chamados Buracos Negros, ou então pelos chamados “Buracos de Verme”, (wormhole). No site abaixo vemos a curiosa reportagem sobre um viajante no tempo, chamado John Titor, onde ele fornece os detalhes de uma máquina do tempo simples, que ele supostamente usou para vir do ano 2036:
Acredito que o ser humano ainda não tem conhecimentos científicos suficientes sobre estes assuntos importantes, que poderiam ajudar na criação de uma máquina para viagens no tempo. Assuntos tais como a gravidade, a antigravidade, o magnetismo, os campos gravitacionais, os campos magnéticos, a transmissão do pensamento, a gravitação quântica, o estudo das ondas, da luz e da energia, todos estes são assuntos que ainda são bem pouco conhecidos. Para termos uma ideia melhor, de que ainda estamos todos muito atrasados em relação aos conhecimentos científicos, basta tentar obter de um pesquisador uma resposta explicativa sobre o que de fato é a energia! Todos vão citar as formas de energia que existem, ou o que a energia pode proporcionar, mas ninguém de fato tem uma resposta convincente para esta pergunta! Quem sabe, esta evolução cultural da humanidade vai ocorrer somente quando houver uma evolução moral e espiritual da espécie humana que lhe permita o domínio e o uso pacífico destes assuntos que podem levar à construção de uma máquina temporal.
Talvez, devido à ganância humana, e ao mau uso que o ser humano poderia fazer de uma máquina como esta, estes estudos ainda não foram devidamente apoiados e nem patrocinados por grandes empresas e nem por muitos dos países do mundo atual. Vejam no link abaixo, por exemplo, o caso de uma interessante notícia, que foi “plantada” na Internet, não se sabe precisamente por quem, falando de um homem ambicioso, chamado Andrew Carlssin, que supostamente viajou no tempo, desde o ano 2.256, para aplicar 800 dólares na Bolsa de Valores de Nova York. Ele ganhou 350 milhões de dólares em poucos dias, mas acabou preso pelo FBI. Creio que esta notícia apenas demonstra que o ser humano ainda não está suficientemente preparado para possuir uma máquina do tempo, porque ainda estamos muito presos à ideia de lucro, de posses e da vida dentro de uma sociedade de consumo:
Mas, existem alguns cientistas que estão realmente empenhados em desvendar os segredos de uma viagem no tempo porque, afinal de contas, estes estudos podem levar a novas descobertas importantes. No passado, por exemplo, a busca pela pedra filosofal foi um grande motivador que levou os alquimistas a descobrirem a química! Assim, esta busca pela máquina do tempo também pode levar os cientistas para outras grandes descobertas.
Alguns pesquisadores argumentam que podem existir civilizações extraterrestres mais adiantadas do que nós, situadas em outras estrelas da nossa galáxia, ou até mesmo em outras galáxias, que já dominam estas tecnologias e estão viajando pelo tempo, um fato hipotético que lhes daria um poder imensurável! Será que um dia os primatas terrestres também vão dispor de uma tecnologia semelhante, ou isto é apenas um sonho impossível de ser realizado por nós?

domingo, 5 de maio de 2013

A destruição da Civilização dos Tartessos


A destruição da Civilização dos Tartessos:

Na Península Ibérica, no sul da Espanha, existiam muitas jazidas de cobre, prata e ferro. No ano de 800 A.C, no vale do Rio Guadalquivir, na região litorânea do Golfo de Cádiz, perto das antigas minas de prata e cobre de Huelva, floresceu uma civilização, baseada na metalurgia destes minerais, e que fez da cidade de Tartessos a sua capital.
                           Reprodução de antigas galeras gregas daquela época
   
A cidade de Tartessos dominava a metalurgia do bronze e do ferro e tinha algumas aldeias mineradoras ao longo do Rio Guadalquivir. Os caminhos usados pelos tartessos, para o transporte dos minérios usados na sua indústria, parecem levar às jazidas existentes atualmente na Serra Morena, onde hoje uma gigantesca companhia de mineração, com capitais ingleses e australianos, domina aquela região e atrapalha os trabalhos de escavação das antigas ruínas da civilização dos Tartessos.
Antigos documentos nos falam dos reis que governaram aquela civilização: um foi Norax, que fundou a cidade de Nora, na Sardenha. Outro rei foi Argantonio, que fez alianças comerciais com os gregos, o que acabou ocasionando uma guerra contra os fenícios de Cartago. O rei Gárgoris foi que incentivou o uso da apicultura na agricultura dos tartessos.
Abaixo vemos um soldado grego                   
Os tartessos tinham sido parceiros comerciais dos fenícios durante muitas décadas, mas, querendo explorar melhor os minérios que controlavam, na Serra Morena, resolveram fazer uma aliança com os gregos. O rei Argantonio permitiu que os gregos fundassem algumas colônias, no litoral sul da Espanha, para a exploração destes minérios.
Os fenícios de Cartago, e seus aliados tartessos, controlavam a estratégica passagem através do Estreito de Gibraltar. Mas, os cartagineses começaram a desconfiar do expansionismo grego e desta aliança com os tartessos! Na verdade, os fenícios já eram inimigos dos gregos há muito tempo, e queriam impedir que eles se apoderassem de importantes ilhas do Mar Mediterrâneo, como a Sicília e a Sardenha, onde prosperavam algumas importantes colônias fenícias.
Por outro lado, os gregos queriam controlar as rotas de navegação e consolidar um grande império, ao longo do litoral do Mar Mediterrâneo, que ficou conhecido como a “Magna Grécia”. Eles ambicionavam controlar a passagem pelas famosas “Colunas de Hércules”, ou seja, pelo Estreito de Gibraltar, que dava acesso ao estanho extraído das Ilhas Cassitérides, (Ilhas Britânicas), ao ouro extraído do Senegal e também às riquezas incalculáveis de terras desconhecidas, existentes no meio do Oceano Atlântico, como as terras da América, que naquela época era conhecida como Atlântida!
Visando combater os gregos, os fenícios cartagineses se aliaram com a Liga das Cidades Etruscas, pois os etruscos tinham uma boa frota de navios pequenos que dominava o Mar Tirreno, situado nas costas da Itália. Esta aliança temporária resultou numa importante batalha naval, na costa leste da Ilha da Córsega, conhecida como Batalha de Alália. No começo desta batalha naval, estavam posicionados, de um lado os navios cartagineses e etruscos, que eram aproximadamente 120 navios. Do outro lado, estavam os navios da colônia grega de Alália, situada na Ilha da Córsega, juntamente com alguns navios da colônia grega de Massália, que atualmente é a cidade de Marselha, situada no litoral sul da Gália, (a França era conhecida naquela época como Gália).
                                     Barco comercial que os etruscos usavam naquela época.
                                                
A frota grega era constituída por apenas 60 navios mas, segundo alguns historiadores, saiu vencedora deste confronto ocorrido em 537 A.C Na verdade, não existe certeza absoluta sobre quem saiu vencedor desta importante batalha naval. Mas, depois desta batalha, e de mais algumas outras batalhas decisivas, em várias ilhas, os gregos abandonaram a cidade de Alalia e começaram a perder o interesse em manter um domínio sobre o Mediterrâneo Ocidental. Assim, entregaram as terras do litoral sul da Espanha para o domínio dos cartagineses, a Ilha da Córsega para o domínio dos etruscos, e concentraram-se apenas nas colônias que mantinham na Itália e no Mediterrâneo Oriental.
Onde ficava a cidade grega de Alália, fica hoje a cidade de Aléria, no litoral leste da Ilha da Córsega. A cidade grega de Massália, (atual Marselha), foi inimiga do expansionismo cartaginês pelo sul da Espanha, durante muitos anos! Quanto aos etruscos, eles queriam ampliar a sua talassocracia, (governo baseado no controle dos mares), no Mar Tirreno, situado na costa oeste da Itália. Quanto aos gregos... Bem, hoje em dia a Grécia é dona da maior Marinha Mercante do mundo!
Os fenícios de Cartago queriam controlar a passagem pelo Estreito de Gibraltar, as ilhas do Mediterrâneo Ocidental e o acesso às minas de cobre, prata e ferro dos tartessos. Depois da Batalha de Alalia, os cartagineses atacaram e destruíram a cidade de Tartessos, por causa da sua aliança com os gregos.
Os cartagineses usaram de uma crueldade exemplar, para que isto servisse de exemplo para as outras cidades vassalas que eles controlavam. Muitos moradores foram sacrificados vivos, na fogueira, em honra ao deus fenício Baal. A cidade foi totalmente destruída e, até hoje, ainda não foi possível determinar o local exato da antiga cidade de Tartessos, na foz do Rio Guadalquivir, embora tenham sido encontrados alguns vestígios naquela região como, por exemplo, o Tesouro do Carambolo.
A idade do ferro floresceu em Tartessos de 750 A.C. até 500 A.C, quando a cidade foi destruída. Apesar das pesquisas, ainda não foi encontrado o local exato das ruínas desta cidade, que foi uma importante civilização da antiguidade. Porém, documentos gregos e romanos antigos comprovam a sua existência. Nas escavações feitas no litoral espanhol, nas proximidades da cidade de Huelva, foram recolhidos objetos, armas e instrumentos feitos com o ferro e o bronze forjados pelos antigos tartessos!
A Civilização de Tartessos chegou a ter uma frota de navios mercantes que manteve relações comerciais com vários países do Mediterrâneo e até com as Ilhas Britânicas, (Ilhas Cassitérides). Os principais fornecedores de cobre e prata para os fenícios de Cartago eram os tartessos. Os fenícios fundaram a cidade de Cádiz, no sul da Espanha, justamente para ficar mais perto dos seus fornecedores tartessos.

Os tartessos são citados também por outros povos da antiguidade como, por exemplo, pelos hebreus, que viviam no antigo Oriente Médio. A Bíblia, livro sagrado dos hebreus, nos fala, no Terceiro Livro dos Reis, capítulo 10, versículo 22, que a frota do Rei Salomão, juntamente com a frota do Rei Hirão, da cidade fenícia de Tiro, ia por mar, a cada três anos, para Tarsis, buscar ouro, prata, marfim, macacos e faisões! Alguns historiadores acreditam que Tarsis era o Reino dos Tartessos! Outros historiadores, porém, acreditam que Tarsis ficava no litoral da África, banhado pelo Oceano Índico, provavelmente na costa da Abissínia.
  
Os fenícios de Cartago, por sua vez, foram derrotados pelos romanos na Segunda Guerra Púnica, cerca de 300 anos depois da destruição de Tartessos. O general cartaginês Aníbal Barca já estava com suas tropas perto de Roma quando Cartago foi ameaçada pelas tropas do cônsul romano Públio Cornélio Cipião, que foram guerrear na África. Aníbal resolveu voltar, para ajudar sua capital, mas foi derrotado na conhecida batalha de Zama, em 203 A.C.
     Os fenícios de Cartago usaram elefantes para invadir a Europa e o Império Romano

A partir da derrota de Cartago, a cultura e o controle naval dos fenícios começaram a desaparecer da região do Mar Mediterrâneo. Roma assumiu o controle das principais rotas de navegação pelo Mediterrâneo, que passou a ser acertadamente chamado pelos romanos de “Lago Romano”, ou “Mare Nostro”!
Roma tinha um grande poder militar e também dominou os gregos, assimilando a sua cultura, que era bem mais adiantada que a romana, naquela época. Assim, Roma passou a ser o único grande império dominante que sobrou, na Antiguidade, controlando todos os outros povos da região do Mar Mediterrâneo.