terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O mercado das criptomoedas

 


Criptomoedas:


Criptomoedas são um tipo de dinheiro eletrônico, que começou a ser usado na década de 90, e que não são emitidas por nenhum governo ou banco. Elas surgiram inicialmente pela vontade de se substituir o dinheiro tradicional por alguma outra forma de meio de troca. A mais comuns das criptomoedas são o bitcoin e o ethereum. A comunidade da rede do bitcoin costumava ser regida pelo site bitcoin.org

Em 1998 o engenheiro de computação chinês Wei Dai, formado na Universidade de Washington, sugeriu usar a criptografia como forma de controle das emissões e transações feitas com um novo tipo de dinheiro digital. Ele desenvolveu a biblioteca criptográfica Cripto++ e criou um sistema de criptomoedas, chamado b-money, que dispensava o uso de uma autoridade central (Banco Central) para fazer o controle das moedas, como acontece com as moedas convencionais, como o dólar e o real, por exemplo. Mais tarde, ele também criou o bitcoin, uma criptomoeda com a qual você pode transferir fundos de A para B sem precisar confiar em um terceiro para efetuar esta simples tarefa!

Criptografia é o uso de códigos, ou sinais, para impedir que terceiros possam ler, ou decodificar, as mensagens existentes nos dados. Assim, a criptografia pode ser usada para garantir a segurança dos dados e das informações confidenciais.

Segundo os historiadores, a primeira pessoa a criar uma linguagem de programação para as máquinas “inteligentes”, foi a matemática inglesa Ada Lovelace, em 1843. De lá para cá, o processo de criação dos computadores evoluiu muito, dando origem à atual Era da Informática!


Quando os dados de um programa de computador são criptografados, é aplicado um algoritmo para codificá-los, de modo que eles não tenham mais o formato original! Estes dados só poderão ser decodificados para o formato original com o uso de uma chave de decriptografia específica, (um certo tipo de senha).

Algoritmo é uma sequência de operações que procuram obter uma solução para um determinado tipo de problema, e com a finalidade de chegar a um objetivo específico. Uma receita de bolo, por exemplo, é um tipo de algoritmo que tem como finalidade chegar até a preparação final do bolo. Assim, um algoritmo são os passos necessários (instruções) para se realizar uma determinada tarefa! Um fluxograma feito por um programador de computadores é outro exemplo de algoritmo.



Agora, já sabemos que um algoritmo é um conjunto de diretrizes que permitem solucionar um problema, usando um certo número de etapas. Dentro do universo das criptomoedas, um algoritmo de consenso é aquele que é aceito por todos os elementos de um grupo, para se evitar as atividades fraudulentas!

Todas as transferências de valores são registradas em um livro razão (blockchain) que pode ser compartilhado, garantindo assim a transparência do sistema de criptomoedas. Também são oferecidas informações (tokens) e determinados blocos de transações para os participantes de determinadas redes de criptomoedas, com a finalidade de encorajar os participantes a fazerem novos investimentos na rede.

Em 1998 o engenheiro de computadores Wei Dai publicou um artigo, onde ele descrevia um sistema de Caixa Eletrônico Anônimo que podia ser distribuído para um grupo de participantes anômimos que, usando pseudônimos digitais indetectáveis (apelidos), podiam efetuar pagamentos com dinheiro, uns aos outros, inclusive com a possibilidade de fazer cumprir contratos firmados entre eles, sem a ajuda externa, de fora da rede. 



Naquela ocasião, Wei Dai também descreveu os principais conceitos do b-money e que foram posteriormente aplicados na criação do bitcoin e em outras criptomoedas. São eles:

 

1- prova de trabalho no computador, conhecido como “Prova de Trabalho”.

2- verificação do trabalho pela comunidade, que depois atualiza um livro razão coletivo.

3- o trabalhador (também conhecido como “minerador”) recebe um fundo (recompensa) pelos seus esforços.

4- a troca dos fundos é feita por uma escrituração coletiva, que depois é autenticada por meio de hastes criptográficas.

5- os contratos entre os participantes são feitos por meio de transmissões e assinatura de transações, onde são usadas as assinaturas digitais, e onde é usada uma criptografia de chave pública.

 


Hastes criptográficas são blocos de senhas garantidas pela criptografia, e criptografia de chave pública (ou assimétrica) é aquela que usa duas chaves públicas codificadas para cada participante da rede de criptomoedas, para garantir a segurança dos dados. A segunda chave pública é parelhada, e o portador da chave tem que fazer ela coincidir com a segunda chave pública!

Mais tarde, estes estudos chamaram a atenção de um empresário anônimo, conhecido pelo apelido de Satoshi Nakamoto, que decidiu contratar Wei Dai e Adam Back para desenvolver uma criptomoeda, que foi chamada de Bitcoin! Adam Back é um empresário britânico que faz parte de um grupo informal de pessoas que defendem e são muito interessados em criptografia (cypherpunks). Juntos, eles criaram o primeiro banco de dados e registro de transações com criptomoedas, no ano de 2008, chamado Blockchain.



No universo das criptomoedas não existe um Banco Central para interferir, acompanhar as transações e controlar o sistema. Por isso, as transações precisam ser registradas e validadas por um grupo de pessoas que usam os seus computadores para gravá-las no Blockchain. Estas pessoas são conhecidas como Mineradores e, pelo seu trabalho, elas são remuneradas com novas unidades de criptomoedas. Assim, o Blockchaim é um registro das transações com criptomoedas, ou um banco de dados públicos, onde fica o histórico de todas as transações realizadas com cada unidade de criptomoedas, estatísticas e informações do mercado de criptomoedas do Bitcoin.

Wei Dai também criou a Crypto++, que é uma biblioteca gratuita de código aberto dos algoritmos e esquemas criptográficos. Ela tem sido usada em projetos estudantis, projetos não comerciais e até por algumas empresas.



Em abril de 2007 Wei Dai, com a ajuda de Ted Krovetz, professor de Ciências da Computação da Universidade da Califórnia, criaram o algoritmo VMAC, que é um código de autenticação de mensagens que usa uma impressão digital universal (hash universal).

A criptomoeda Ethereum foi organizada por Vitalik Buterim em janeiro de 2014, e lançada no dia 30 de julho de 2015. Vitalik é um programador russo-canadense que nasceu em Moscou. Imigrou com sua família para o Canadá, quando tinha apenas 6 anos de idade, e começou a desenvolver a ideia desta criptomoeda no final de 2013.

Inicialmente, o Ethereum nasceu da ideia de uma plataforma descentralizada para desenvolvimento de um software que facilitava a criação de novas empresas e programas que compartilhavam de um único blockchaim. Posteriormente, acabou por se transformar numa criptomoeda também.

O Ethereum é o resultado de uma divisão da sua rede de criptomoedas, após um hacker ter encontrado uma falha na rede, em 2016, e ter roubado cerca de 50 milhões de dólares em Ether (a moeda da rede Ethereum). Assim, a moeda antiga desta rede passou a se chamar Ethereum Classic, e foi criada uma nova moeda, com o nome tradicional de Ethereum.

O empresário anônimo, apelidado de Satoshi Nakamoto, investiu na criação da tecnologia do Blockchain, em 2008, para criar o primeiro banco de dados para registro das transações com as criptomoedas do Bitcoin. Em 18 de agosto de 2008 ele registrou o nome de domínio bitcoin.org, onde também criou um site neste endereço. Em 31 de outubro de 2008 Nakamoto publicou um artigo chamado “Bitcoin: um sistema de dinheiro eletrônico”.


Em 09 de janeiro de 2009, Nakamoto registrou o software do bitcoin na plataforma do SOURCEFORGE, inaugurando a sua rede, e minerando o primeiro bloco número 0 do bitcoin (bloco de gênese). Para isto, recebeu uma recompensa de 50 bitcoins!

Em 2010 Nakamoto decidiu encerrar a sua participação no projeto do bitcoin. Entregou o controle do repositório de código-fonte e a chave de alerta da rede para o desenvolvedor de software Gavin Andresen, e também transferiu vários domínios para membros proeminentes da comunidade bitcoin, desaparecendo em seguida!

Repositório de código-fonte é uma ferramenta que serve de plataforma para hospedagem de software. Também pode permitir (ou não) que os participantes da rede acessem os programas armazenados. Duas das principais plataformas de armazenamento de código-fonte são o GitHub e o GitLab.

Gavin Andresen (ou Gavin Bell) foi o desenvolvedor líder do bitcoin até 2014. Ele foi o criador da Bitcoin Foudation, em setembro de 2012, para promover o desenvolvimento desta criptomoeda. Em 2013 a criptomoeda bitcoin mudou de nome para Bitcoin Core, devido a problemas técnicos com o software. Mas, o Bitcoin Core só foi lançado oficialmente em 2016, com uma melhoria de escala, para otimizar o tamanho do bloco do bitcoin.


O preço do bitcoin oscila muito de um dia para o outro, e até mesmo no mesmo dia. Por exemplo, em 19 de novembro de 2013 o preço do bitcoin subiu para US$755 e depois caiu para US$378, no mesmo dia! Em 2014 os preços começaram em US$770 e depois caíram para US$314 ao longo do ano! Em 01 de janeiro de 2017 o preço do bitcoin estava em US$998.

Em 01 de agosto de 2017 apoiadores dos grandes blocos do bitcoin, que estavam insatisfeitos com as melhorias implementadas, no Bitcoin Core, resolveram bifurcar o software para criar a criptomoeda Bitcoin Cash. Os preços do Bitcoin Cash começaram em US$998, em agosto de 2017, e conseguiram atingir o seu recorde histórico de US$19.783,06, em dezembro de 2017!

Hoje em dia, a função de principal desenvolvedor e supervisor do bitcoin é desempenhada por Wladimir Van der Laan, que mora na Holanda. Ele é atualmente o principal mantenedor líder do repositório de código fonte do Bitcoin, na plataforma do GitHub. Van der Laan também vem sendo auxiliado por Peter Wuille e Greg Maxwell.



O ainda desconhecido Satoshi Nakamoto registrou o software da criptomoeda Bitcoin no serviço de hospedagem Sourceforge, em 09 de janeiro de 2009. O Sourceforge é um serviço da Web que oferece aos desenvolvedores de software um local centralizado para controlar e gerenciar projetos de software livres e de código aberto.

O Sourceforge fornece uma série de serviços, tais como: um repositório do código-fonte, rastreamento de bugs, wiki para documentação, espelhamento de dowloads para balanceamento de cargas, fóruns para suporte ao usuário, listas de discussão para desenvolvedores e usuários, boletim de notícias, e microblog para publicação de projetos e atualizações. Também oferece acesso gratuito e hospedagem para os desenvolvedores de software livre e de código aberto. Em agosto de 2009, o domínio Sourceforge.net atraiu mais de 33 milhões de visitantes!

Em setembro de 2020 o site do Sourceforge afirmou que já estava hospedando mais de 502.000 projetos e que já tinha mais de 3,7 milhões de usuários. Desde 2012 o site do Sourceforge vem sendo executado no software do Apache Allura, que é um programa especializado para gerenciar repositórios de código fonte, vários relatórios de erros, páginas wiki, discussões, blogs e outras ferramentas para projetos individuais.

O repositório de código-fonte, além de conter a hospedagem do software de uma criptomoeda, ele também é um programa usado para gerenciar diferentes versões do desenvolvimento de um documento qualquer. Ele também é chamado de Sistema de Controle de Versões (VCS ou SCM).



Software Livre é o programa que permite ao usuário executar, acessar e até modificar o código-fonte, e também redistribuir cópias com (ou sem) modificações. Já o código-fonte é o conjunto de palavras ou símbolos, escritas de forma ordenada, com instruções feitas em linguagem de programação, e de maneira bem lógica! Este conjunto de palavras e símbolos formam as linhas de comando!

Um autenticador de mensagens é uma parte do programa com informações usadas para autenticar uma mensagem e evitar violações, aumentando assim a privacidade. Uma sequência de operações (algoritmo) do tipo MAC, com função de dispersão chaveada, é aquele que recebe uma chave secreta e também uma mensagem para ser autenticada. Ele fornece como saída uma etiqueta (do tipo MAC) que protege a integridade dos dados e garante a sua autenticidade!



Atualmente existem mais de 1500 criptomoedas no mercado mundial. Algumas das mais conhecidas são Bitecoin Core, Bitecoin Cash, Ethereum, Ripple (XRP), Litecoin, Bitecoin SV, EOS, Tether, Zcash (Zec), Tezos, Monero, Cardano, Stellar, Nem, Dogecoin, Ethereum Classic, Niobium Coin, etc.

A criptomoeda Bitcoin Cash sofreu uma nova ruptura em 2018, provocada por dois grupos de investidores rivais, e deu origem ao Bitcoin ABC (ainda chamada de Bitcoin Cash) e Bitcoin SV. O fato é que no início de abril de 2018 o Bitcoin SV estava cotado em US$58,19, enquanto que o Bitcoin Cash (ABC) estava cotado em US$293,36.

No ano de 2019 as criptomoedas que mais se valorizaram foram: Binance Coin subiu 475%, Tezos (XTZ) subiu 255%, Litecoin (LTC) subiu 254%, Bitcoin Cash subiu 166%, EOS subiu 158%, Bitcoin Core subiu 134%, Cardano (ADA) subiu 106%, Monero (XMR) subiu 93%, Ethereum subiu 91%.

Neste ano de 2020 as criptomoedas que mais subiram foi a Chailink, que valorizou 768%, e a Bitcoin SV, que valorizou 280%. Aqui no Brasil, a criptomoeda que mais se valorizou em 2020 foi a Tezos, do Banco BTG Pactual, que subiu 145%.

Aqui no Brasil, também foi lançada uma criptomoeda, em 17 de outubro de 2017, pela Bolsa de Moedas Virtuais Empresariais de São Paulo (BOMESP), utilizando o padrão ERC-20 do Ethereum, chamada Niobium Coim (NBC), em referência ao nióbio, metal do qual o Brasil é o maior produtor mundial!



Muitos projetos de criptomoedas não dão certo e acabam morrendo. Por isso, é preciso cautela antes de investir, e procurar diversificar os seus investimentos, ou seja, não colocar todos os seus ovos na mesma cesta!


O fato é que as criptomoedas apareceram com o advento da Era da Informática, mas continuam sendo um tipo de moeda digital elitizada, sem o lastro do ouro, e acessível para uma minoria que conhece bem informática e dispõe de tempo para fazer as pesquisas de mercado. Existem Corretoras de Valores que fazem o investimento para os menos informatizados, mas, elas cobram uma determinada taxa pelos seus serviços. As criptomoedas vieram para beneficiar uma elite informatizada, geralmente com curso superior, que conhece um pouco do idioma inglês, pode comprar um microcomputador ou celular, e tem boas noções de informática. 




Assim, a maioria da população mundial ainda desconhece este tipo de investimento e continua confiando nos tradicionais investimentos do Sistema Monetário Mundial! 

A preparação deste resumo sobre criptomoedas também foi uma tentativa de colocar algumas pessoas à par do funcionamento deste novo mercado de investimentos. Afinal de contas, todas as pessoas devem ter o direito de investir nas criptomoedas e de sair lucrando!