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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Povos que estiveram na América antes de Colombo



Povos que estiveram na América antes de Colombo:

Muitos historiadores antigos, gregos e romanos, já descreviam alguns povos que viviam além das “Colunas de Hércules”. As colunas de Hércules eram as terras do estreito de Gibraltar, que separam o Mar Mediterrâneo do Oceano Atlântico. Alguns destes povos já eram bem conhecidos naquela época, como os normandos e os celtas, que habitavam a região das Ilhas Britânicas, ou Ilhas Cassiterites, como eram mais conhecidas naquele tempo. Os vikings viviam mais ao norte, na Dinamarca, Escandinávia e na Islândia. Todavia já existiam especulações sobre outros povos que viviam no meio do Oceano Atlântico e eram moradores de uma suposta terra conhecida como Atlântida, e que muito provavelmente era a América.

Os fenícios costumavam viajar também pelo Oceano Atlântico e fundaram colônias no litoral noroeste da África, como a cidade de Tânger, localizada no Marrocos, além do Estreito de Gibraltar. Os fenícios eram um povo mais antigo do que os gregos e os romanos, viviam do comércio e visitavam muitas regiões distantes, durante a Antiguidade, em busca de mercadorias raras e exóticas. Neste mapa acima podemos ver as regiões dominadas pelos fenícios e as regiões dominadas pelos gregos, ao longo do litoral do Mar Mediterrâneo.


O problema da civilização fenícia é que algumas de suas colônias mantinham uma antiga e terrível tradição de realizar sacrifícios de crianças, de até 12 anos, em honra ao deus Moloch, como acontecia na antiga colonia fenícia de Cartago, no norte da África. Os próprios moradores fenícios sentiam orgulho de oferecer crianças pequenas e recém nascidas para serem queimadas nas fornalhas deste deus sanguinário, que era adorado por alguns dos seus habitantes. Por causa de barbaridades assim os fenícios eram vistos com ódio e desconfiança por muitos povos da antiguidade como, por exemplo, pelos hebreus.
Naquela época também já existiam as caravanas de mercadores que cruzavam o Deserto do Saara para ir buscar, nos países que ficavam junto ao Oceano Atlântico, (tais como o Marrocos, o Senegal e a Nigéria), artigos como ouro, escravos, marfim, pedras preciosas, sal, peles, madeiras raras, ovos de avestruz e animais exóticos.
Os fenícios de Cartago contratavam caravanas de moradores do Deserto do Saara, como os Garamantes, para irem buscar mercadorias existentes do outro lado do Continente Africano! Estas caravanas tinham que enfrentar bandidos e outros povos que assaltavam e praticavam a pilhagem no meio do Deserto do Saara, como os tuaregues.
        Alguns estudiosos defendem a ideia de que, antes dos navegadores portugueses e espanhóis terem estado aqui na América, outros povos antigos já teriam conhecimento destas terras e teriam inclusive comercializado com as antigas civilizações americanas, que lhes forneciam os artigos que procuravam, tais como ouro, estanho, pedras preciosas, peles, especiarias e outros produtos, difíceis de serem encontrados na Europa. Pode ser que algum dos antigos reinos, existentes na África, ou na Ásia, tivessem o costume de viajar, de vez em quando, para a América, em busca destes produtos raros.

Sabemos, com certeza, que os vikings e os polinésios, que eram excelentes navegadores, estiveram nas terras da América bem antes de Colombo ter pisado em solo americano. Os polinésios estiveram na Ilha da Páscoa e muito provavelmente no sul do Chile. Já os vikings, comprovadamente estiveram no Canadá, onde fundaram algumas colônias, por volta do ano 1000 d.C. Os escandinavos chamavam estas terras de Vinland, ou terra das vinhas! 
      Mas, os vikings não foram muito bem recebidos pelos nativos indígenas e algumas colonias vikings do Canadá foram exterminadas. Mas, pode ser que algumas colônias conseguiram se entender bem com os índios e fizeram até casamentos entre os dois povos. Com o tempo, estas colonias foram se misturando com os índios, mais numerosos, e foram perdendo os seus costumes e hábitos antigos.

        Em 2011 nos foi revelado que os índios Duhare, que viviam na Carolina do Sul, possuíam uma linguagem que se assemelhava muito com uma antiga linguagem gaélica da Irlanda. Os duhares possuem uma pele mais clara, são mais altos que os outros nativos indígenas, e criavam animais para retirar o leite e fazer queijos. Eles podem ser o produto da miscigenação de nativos indígenas com os vikings, ou com outras populações vindas das Ilhas Britânicas.       

Quando os espanhóis entraram em contato com os nativos duhares, em 1521, perceberam que eles eram diferentes, tinham ferramentas de metal, e que o chefe e sua esposa viviam em um castelo de pedras!

Existem também suspeitas de que uma frota com cerca de 300 navios chineses, comandada pelo almirante Zheng He, à serviço do Imperador da China, teria estado na América, 70 anos antes de Colombo! Comprovadamente Zheng He esteve viajando pelo Oceano Índico onde esteve na Índia, no Mar Vermelho e também em Moçambique, (quem sabe comprando ouro das ricas minas do Império de Monomotapa).

Os juncos chineses eram barcos bem equipados e podiam resistir bem ao mar bravio. Dizem que a frota de Zheng He era composta por cerca de 300 navios, e que ele fez a navegação em torno do globo terrestre! Alguns pesquisadores afirmam que Zheng He esteve no Brasil no ano de 1.423 aproximadamente.
A família de Zheng He era muçulmana e ele tinha como obrigação visitar Meca, antes de morrer. O que muito provavelmente conseguiu!
Muitas cidades do passado, que já existiam na América e na Ásia, antes das Grandes Navegações da Idade Moderna, eram maiores do que quase todas as capitais europeias daquele tempo, como por exemplo, a cidade asteca de Tenochtitlan. 

Segundo os historiadores, a capital asteca Tenochtitlan, antes de ser destruída por Fernando Cortez, em 1522, só era menor do que quatro cidades da Europa daquela época: Roma, Paris, Veneza e Constantinopla. Infelizmente Tenochtitlan foi rapidamente destruída pelos espanhóis e o seu povo foi espalhado pelo território mexicano.
Na verdade, os verdadeiros descobridores da América, e que a povoaram, à cerca de 15.000 anos atrás, foram os povos vindos da Ásia Central, passando pelo Estreito de Bering. Naquela época o estreito era uma imensa planície chamada Beríngia, porque o nível do mar era bem mais baixo. 

Sem dúvida os povos asiáticos usaram os seus trenós, puxados por cães, para fazer a travessia da Beríngia e ir para lugares com um clima mais ameno e com menos frio. Os esquimós e índios do Canadá tem muita semelhança física com os povos que habitam a Ásia Central, nas proximidades do Lago Baiakal.
Mas, ainda cabe aqui dar um destaque para a grande frota de navios, que uns dizem ter sido de 400 navios, e outros afirmam que foi de 2.000 barcos, organizada por um rico rei do Império do Mali chamado Abubacari II, durante a Idade Média. Abubacari abdicou do trono em prol do seu irmão Mansa Musa, que foi o homem mais rico do mundo naquela época. Mansa Musa dominava as mais ricas jazidas de ouro da África.

Historiadores dizem que Abubacari esteve no litoral de Pernambuco, na América Central e também no México. Na América Central parece que sua frota deixou alguns descententes, que se multiplicaram. No México Abubacari manteve contato com os índios olmecas, que acharam que Abubacari era um enviado dos deuses e fizeram uma grande estátua em sua homenagem.
Diante de tantas evidências, por que atribuir a Colombo a descoberta da América? Colombo já sabia que a América existia, e esteve aqui apenas para tomar posse, para os reis da Espanha, e para a cristandade, de uma terra que já era conhecida pelos navegadores da antiguidade. Navegadores estes que não tinham nenhum interesse em fazer propaganda daquelas terras, que eles já conheciam!
Mas, as documentações que comprovam estas versões históricas estão aparecendo, aos poucos, conforme avançam as pesquisas dos historiadores. Brevemente teremos mais novidades a respeito!




segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

O começo da Idade dos Metais na região do Mar Mediterrâneo




O começo da Idade dos metais na região do Mar Mediterrâneo:

Uma importante invenção humana foi o uso dos metais, que começou por volta de 10.000 anos antes de Cristo. Inicialmente o homem descobriu a metalurgia do chumbo e do cobre, minerais relativamente abundantes naquela época. Depois descobriu que, misturando o cobre com o estanho, principalmente, podia obter uma liga metálica mais dura e resistente, a qual deu o nome de bronze. Os primeiros artigos feitos com o bronze eram caros, considerados como produtos de luxo, e somente determinadas pessoas tinham condições de possuí-los! A mistura do cobre com o zinco dava o latão, outra importante liga usada primeiramente para se produzir objetos domésticos, como tachos e bacias.
O bronze é uma liga de cobre com o metal estanho, ou também uma liga de cobre com um metalóide chamado arsênio. O bronze de cobre-arsênio começou a ser fabricado primeiro, por volta de 4.500 a .C, mas o trabalho com o arsênio não era seguro, uma vez que ele é venenoso, podendo até ter sido o primeiro “mal industrial” a atormentar o homem! Assim, a liga cobre-arsênio foi sendo substituída pela liga de cobre-estanho, que passou a dominar totalmente a produção do bronze a partir de 3.200 a .C.

A liga de bronze de cobre-estanho contém cerca de 10% de estanho. Mas, o estanho é cerca de 15 vezes mais raro do que o cobre e, lá pelo ano 2.400 a .C, já era difícil encontrá-lo no Oriente Médio. O estanho começou a escassear também no leste do Mediterrâneo, obrigando os navios a irem buscá-lo em lugares distantes, como na Espanha e nas Ilhas Britânicas. Foi a primeira vez que houve o esgotamento permanente de um recurso mineral, numa grande região, causado pela ação do homem!
Pode-se também acrescentar outros minerais na liga de cobre-estanho, como alumínio ou níquel, visando com isto tornar o bronze mais leve ou mais resistente. Estas técnicas de produção eram segredos de fabricação que eram guardados pelos mestres ferramenteiros de diferentes povos da antiguidade. Muitos se especializavam na produção de determinadas armas, ou na produção de determinados artefatos necessários nas construções, no campo, na culinária, nos transportes, enfim, o bronze tinha muitas aplicações!
A idade do bronze foi marcada pela busca dos metais, dos quais ele era feito, em diversas localidades, principalmente na Europa, na África e no Oriente Médio. Alguns dos antigos impérios, como o Egito e a Babilônia, controlavam as rotas de navegação pelo Mar Mediterrâneo e comandavam a procura por estes metais. O estanho era o metal mais difícil de ser conseguido e geralmente era retirado da cassiterita.

Os povos vassalos e vizinhos dos egípcios e babilônios dependiam do fornecimento destes metais para fabricar o bronze. Mas estes minérios começaram a escassear, o que tornou as viagens cada vez mais longas e custosas!
     O Mar Mediterrâneo transformou-se no grande palco das principais rotas de navegação daquela época. A Ilha de Creta ficava no sul da Grécia, bem no meio das grandes rotas de navegação. Os cretenses criaram uma grande civilização, por volta de 2.000 anos a.C, e monopolizaram as rotas de navegação pelo Mar Egeu, onde ficavam as ilhas gregas, como por exemplo as Cíclades. Eles foram contratados pelos faraós do Egito para trazer o cedro do Líbano, uma madeira muito valorizada naquela época.
As maiores cidades cretense foram inicialmente Cnossos e Faístos, mas elas foram destruídas por um grande cataclisma em 1.750 a.C, provavelmente um terremoto. Em 1.700 a.C, o rei de Cnossos resolveu reconstruir a cidade e o seu palácio. Cnossos passou a ser a capital da ilha e o palácio passou a ser procurado por comerciantes de todo o Mediterrâneo. Ele ficou conhecido como o Palácio do Rei Minos, tinha muitos aposentos e amplas salas que serviam de armazém para os valorizados produtos produzidos pelos cretenses. Os cretenses eram hábeis artesãos e desenvolveram uma arte muito apreciada pelos comerciantes daquela época.

Os cretenses gostavam muito de touradas e diz a lenda que, nos subterrâneos do Palácio do Rei Minos, existia um labirinto habitado pelo Minotauro, um monstro antropófago que tinha a cabeça de um touro e o corpo de um homem! É claro que a lenda fez sucesso e se espalhou, chegando até os dias de hoje!
As mulheres de Cnossos usavam longos vestidos e algumas deixavam os seios à mostra, para o encanto dos marinheiros que aportavam em Creta. Cnossos dominou as navegações pelo Mar Egeu até ser destruída, em 1.400 a.C, pelos aqueus, povos vindos do norte da Grécia. Após sua destruição, os fenícios, que habitavam antigas cidades do litoral do Líbano, passaram a exercer o monopólio do comércio e das navegações por todo o Mar Mediterrâneo.
 Por volta de 1750 a.C, os Hicsos, povo nômade vindo da Ásia, invadiram o Egito sem encontrar muita resistência, com armas de bronze e carros de combate puxados por cavalos, um animal desconhecido no Egito até aquela época. Os carros de combate dos hicsos levavam um ou dois arqueiros e precediam, na batalha, os soldados à pé, com a finalidade de romper as forças inimigas.
Os hicsos permaneceram 180 anos no delta do Nilo, no norte do Egito, e fundaram sua capital em Ávaris, na região onde atualmente está a cidade de Tanis. Eles conviveram com os egípcios, sem muitas escaramuças, por cerca de 100 anos até que, em 1670 a .C, resolveram dominar todo o Egito. A partir de 1600 a .C eles foram atacados pela dinastia aristocrática e nativa do Egito, que ainda resistia mais ao sul, na cidade de Tebas. 
           Em 1570 a .C os hicsos foram derrotados pelo faraó Ahmés I, fundador da XVIII dinastia egípcia, e foram perseguidos até o deserto sírio, onde se misturaram com as demais populações do Oriente Médio. Pouco se sabe a respeito dos hicsos, mas alguns pesquisadores acham que eles eram judeus!
      Os cretenses e fenícios eram grandes navegadores e trabalhavam para outros reinos! Foi comprovado que os fenícios foram os primeiros a navegar ao redor do Continente Africano, a serviço do faraó egípcio Necho II, por volta de 600 a .C, numa viagem de circunavegação que durou três anos! Durante a viagem, eles paravam no litoral e cultivavam a terra, para obter alimentos e prosseguir na jornada. Os fenícios foram comandados por Hamon, um experiente navegador que saiu do Mar Vermelho, contornou a África, e voltou ao Egito pelo Mar Mediterrâneo!

Alguns estudiosos especulam que os fenícios podem ter chegado até a América, usando rotas de navegação secretas e desconhecidas pela maioria dos navegadores! Eles tinham o costume de viajar para países distantes, em busca de metais e pedras preciosas.
Os fenícios foram os maiores navegadores da antiguidade e tinham muitos entrepostos comerciais, ao longo do litoral do Mediterrâneo, que se transformaram em grandes cidades, como Cartago, no norte da África, que foi um dos maiores impérios da antiguidade. Foram os sumérios quem inventaram a escrita, a cerca de 3.600 anos a.C, para o registro das suas transações comerciais, mas foram os fenícios quem inventaram o alfabeto ligado aos sons, isto é, cada símbolo representando um tipo de som!
O ferro foi outro metal que começou a ser usado pelos homens da antiguidade algum tempo depois. O ferro existia em grande quantidade mas, no começo da sua fabricação, ele não tinha muita resistência, porque os homens não tinham descoberto ainda a melhor maneira de prepará-lo. Mas, por volta de 1.350 antes de Cristo, os Cálibes, um povo que vivia na região da Cáldia, no sul do Mar Negro, perto das montanhas do Cáucaso, conseguiram descobrir o segredo da metalurgia do ferro. Eles finalmente conseguiram produzir artigos de ferro superiores aos artigos produzidos com o bronze. As armas, ferramentas e outros instrumentos, produzidos com o ferro dos Cálibes, eram bem mais resistentes e duráveis! Os cálibes também eram chamados de Caldios!
Acontece que os Cálibes eram vassalos dos hititas que, naquela época, já tinham um grande império e dominavam quase toda a região da Anatólia, (atual Turquia). Assim, os hititas se apossaram dos segredos da metalurgia do ferro e começaram também a fabricar armas mais resistentes, com as quais passaram a guerrear com os seus vizinhos! Assim como os hicsos, os hititas foram um dos primeiros povos da antiguidade a usar carros puxados por cavalos, nas guerras que faziam. Mas, os aros das rodas dos carros dos hititas eram mais resistentes, pois eram feitos de ferro!
Naquela época os arados e as carroças mais pesadas eram geralmente puxados por bois, enquanto que os cavalos eram usados no transporte leve e rápido. Os egípcios usavam uma biga leve, feita de madeira, que era puxada por cavalos e alcançava uma grande velocidade.

 Os hititas foram grandes inimigos dos egípcios e travaram a célebre Batalha de Kadesh, no ano de 1.296 a .C, com o famoso faraó Ramsés II, cujo corpo foi mumificado e repousa hoje no Museu do Cairo. A batalha terminou empatada, mas serviu para os hititas interromperem o expansionismo egípcio de Ramsés II sobre o seu império.
O faraó egípcio Ramsés II, o mesmo que expulsou Moisés do Egito, foi a primeira personalidade pública da história a se utilizar da propaganda para enaltecer a sua pessoa! Ele mandou gravar nas paredes dos templos o seu desempenho heróico na Batalha de Kadesh.
Porém, o Império Hitita não durou muito tempo! Conflitos internos e ameaças exteriores, principalmente de uma coligação de povos e piratas mediterrâneos, chamados “Povos do Mar”, por volta de 1.200 a .C, levaram o império à extinção. E o segredo da metalurgia do ferro acabou se espalhando por todo o Oriente e pela Europa.
Os velhos e grandes impérios daquela época, que possuíam realezas mercantis baseadas no comercio e controle das rotas marítimas que transportavam os minerais, dos quais os artigos de bronze eram feitos, viram-se, de uma hora para outra, perdendo o controle dos seus vizinhos e estados vassalos, que passaram a adotar a metalurgia do ferro. O ferro é um mineral muito mais abundante e fácil de ser trabalhado. Os estados vassalos passaram a se afastar gradativamente do Egito e da Babilônia, a partir do século XII a.C, uma vez que a metalurgia do ferro podia ser desenvolvida em vários lugares, com recursos próprios, tornando assim desnecessária a manutenção das rotas de comércio à longa distância, dominadas pelos grandes impérios, para buscar os minerais raros. Os estados vassalos começaram a usar armas mais resistentes, feitas de ferro, e chegaram a ameaçar até a hegemonia do Egito e da Babilônia, pois estes antigos impérios ainda mantiveram, por algum tempo, o uso da liga de bronze na confecção das suas armas.
     Quero lhes agradecer por terem me acompanhado até aqui, e também quero lhes explicar que o estudo destas civilizações se faz necessário porque precisamos entender a natureza agressiva e destruidora do ser humano, ao longo da história, para não cometermos os mesmos erros do nosso passado. Estes erros podem ser prejudiciais para a constituição de um novo tipo de organização social, mais justa, feliz e igualitária.
Fiquem na paz!

domingo, 5 de maio de 2013

A destruição da Civilização dos Tartessos


A destruição da Civilização dos Tartessos:

Na Península Ibérica, no sul da Espanha, existiam muitas jazidas de cobre, prata e ferro. No ano de 800 A.C, no vale do Rio Guadalquivir, na região litorânea do Golfo de Cádiz, perto das antigas minas de prata e cobre de Huelva, floresceu uma civilização, baseada na metalurgia destes minerais, e que fez da cidade de Tartessos a sua capital.
                           Reprodução de antigas galeras gregas daquela época
   
A cidade de Tartessos dominava a metalurgia do bronze e do ferro e tinha algumas aldeias mineradoras ao longo do Rio Guadalquivir. Os caminhos usados pelos tartessos, para o transporte dos minérios usados na sua indústria, parecem levar às jazidas existentes atualmente na Serra Morena, onde hoje uma gigantesca companhia de mineração, com capitais ingleses e australianos, domina aquela região e atrapalha os trabalhos de escavação das antigas ruínas da civilização dos Tartessos.
Antigos documentos nos falam dos reis que governaram aquela civilização: um foi Norax, que fundou a cidade de Nora, na Sardenha. Outro rei foi Argantonio, que fez alianças comerciais com os gregos, o que acabou ocasionando uma guerra contra os fenícios de Cartago. O rei Gárgoris foi que incentivou o uso da apicultura na agricultura dos tartessos.
Abaixo vemos um soldado grego                   
Os tartessos tinham sido parceiros comerciais dos fenícios durante muitas décadas, mas, querendo explorar melhor os minérios que controlavam, na Serra Morena, resolveram fazer uma aliança com os gregos. O rei Argantonio permitiu que os gregos fundassem algumas colônias, no litoral sul da Espanha, para a exploração destes minérios.
Os fenícios de Cartago, e seus aliados tartessos, controlavam a estratégica passagem através do Estreito de Gibraltar. Mas, os cartagineses começaram a desconfiar do expansionismo grego e desta aliança com os tartessos! Na verdade, os fenícios já eram inimigos dos gregos há muito tempo, e queriam impedir que eles se apoderassem de importantes ilhas do Mar Mediterrâneo, como a Sicília e a Sardenha, onde prosperavam algumas importantes colônias fenícias.
Por outro lado, os gregos queriam controlar as rotas de navegação e consolidar um grande império, ao longo do litoral do Mar Mediterrâneo, que ficou conhecido como a “Magna Grécia”. Eles ambicionavam controlar a passagem pelas famosas “Colunas de Hércules”, ou seja, pelo Estreito de Gibraltar, que dava acesso ao estanho extraído das Ilhas Cassitérides, (Ilhas Britânicas), ao ouro extraído do Senegal e também às riquezas incalculáveis de terras desconhecidas, existentes no meio do Oceano Atlântico, como as terras da América, que naquela época era conhecida como Atlântida!
Visando combater os gregos, os fenícios cartagineses se aliaram com a Liga das Cidades Etruscas, pois os etruscos tinham uma boa frota de navios pequenos que dominava o Mar Tirreno, situado nas costas da Itália. Esta aliança temporária resultou numa importante batalha naval, na costa leste da Ilha da Córsega, conhecida como Batalha de Alália. No começo desta batalha naval, estavam posicionados, de um lado os navios cartagineses e etruscos, que eram aproximadamente 120 navios. Do outro lado, estavam os navios da colônia grega de Alália, situada na Ilha da Córsega, juntamente com alguns navios da colônia grega de Massália, que atualmente é a cidade de Marselha, situada no litoral sul da Gália, (a França era conhecida naquela época como Gália).
                                     Barco comercial que os etruscos usavam naquela época.
                                                
A frota grega era constituída por apenas 60 navios mas, segundo alguns historiadores, saiu vencedora deste confronto ocorrido em 537 A.C Na verdade, não existe certeza absoluta sobre quem saiu vencedor desta importante batalha naval. Mas, depois desta batalha, e de mais algumas outras batalhas decisivas, em várias ilhas, os gregos abandonaram a cidade de Alalia e começaram a perder o interesse em manter um domínio sobre o Mediterrâneo Ocidental. Assim, entregaram as terras do litoral sul da Espanha para o domínio dos cartagineses, a Ilha da Córsega para o domínio dos etruscos, e concentraram-se apenas nas colônias que mantinham na Itália e no Mediterrâneo Oriental.
Onde ficava a cidade grega de Alália, fica hoje a cidade de Aléria, no litoral leste da Ilha da Córsega. A cidade grega de Massália, (atual Marselha), foi inimiga do expansionismo cartaginês pelo sul da Espanha, durante muitos anos! Quanto aos etruscos, eles queriam ampliar a sua talassocracia, (governo baseado no controle dos mares), no Mar Tirreno, situado na costa oeste da Itália. Quanto aos gregos... Bem, hoje em dia a Grécia é dona da maior Marinha Mercante do mundo!
Os fenícios de Cartago queriam controlar a passagem pelo Estreito de Gibraltar, as ilhas do Mediterrâneo Ocidental e o acesso às minas de cobre, prata e ferro dos tartessos. Depois da Batalha de Alalia, os cartagineses atacaram e destruíram a cidade de Tartessos, por causa da sua aliança com os gregos.
Os cartagineses usaram de uma crueldade exemplar, para que isto servisse de exemplo para as outras cidades vassalas que eles controlavam. Muitos moradores foram sacrificados vivos, na fogueira, em honra ao deus fenício Baal. A cidade foi totalmente destruída e, até hoje, ainda não foi possível determinar o local exato da antiga cidade de Tartessos, na foz do Rio Guadalquivir, embora tenham sido encontrados alguns vestígios naquela região como, por exemplo, o Tesouro do Carambolo.
A idade do ferro floresceu em Tartessos de 750 A.C. até 500 A.C, quando a cidade foi destruída. Apesar das pesquisas, ainda não foi encontrado o local exato das ruínas desta cidade, que foi uma importante civilização da antiguidade. Porém, documentos gregos e romanos antigos comprovam a sua existência. Nas escavações feitas no litoral espanhol, nas proximidades da cidade de Huelva, foram recolhidos objetos, armas e instrumentos feitos com o ferro e o bronze forjados pelos antigos tartessos!
A Civilização de Tartessos chegou a ter uma frota de navios mercantes que manteve relações comerciais com vários países do Mediterrâneo e até com as Ilhas Britânicas, (Ilhas Cassitérides). Os principais fornecedores de cobre e prata para os fenícios de Cartago eram os tartessos. Os fenícios fundaram a cidade de Cádiz, no sul da Espanha, justamente para ficar mais perto dos seus fornecedores tartessos.

Os tartessos são citados também por outros povos da antiguidade como, por exemplo, pelos hebreus, que viviam no antigo Oriente Médio. A Bíblia, livro sagrado dos hebreus, nos fala, no Terceiro Livro dos Reis, capítulo 10, versículo 22, que a frota do Rei Salomão, juntamente com a frota do Rei Hirão, da cidade fenícia de Tiro, ia por mar, a cada três anos, para Tarsis, buscar ouro, prata, marfim, macacos e faisões! Alguns historiadores acreditam que Tarsis era o Reino dos Tartessos! Outros historiadores, porém, acreditam que Tarsis ficava no litoral da África, banhado pelo Oceano Índico, provavelmente na costa da Abissínia.
  
Os fenícios de Cartago, por sua vez, foram derrotados pelos romanos na Segunda Guerra Púnica, cerca de 300 anos depois da destruição de Tartessos. O general cartaginês Aníbal Barca já estava com suas tropas perto de Roma quando Cartago foi ameaçada pelas tropas do cônsul romano Públio Cornélio Cipião, que foram guerrear na África. Aníbal resolveu voltar, para ajudar sua capital, mas foi derrotado na conhecida batalha de Zama, em 203 A.C.
     Os fenícios de Cartago usaram elefantes para invadir a Europa e o Império Romano

A partir da derrota de Cartago, a cultura e o controle naval dos fenícios começaram a desaparecer da região do Mar Mediterrâneo. Roma assumiu o controle das principais rotas de navegação pelo Mediterrâneo, que passou a ser acertadamente chamado pelos romanos de “Lago Romano”, ou “Mare Nostro”!
Roma tinha um grande poder militar e também dominou os gregos, assimilando a sua cultura, que era bem mais adiantada que a romana, naquela época. Assim, Roma passou a ser o único grande império dominante que sobrou, na Antiguidade, controlando todos os outros povos da região do Mar Mediterrâneo.