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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Povos que estiveram na América antes de Colombo



Povos que estiveram na América antes de Colombo:

Muitos historiadores antigos, gregos e romanos, já descreviam alguns povos que viviam além das “Colunas de Hércules”. As colunas de Hércules eram as terras do estreito de Gibraltar, que separam o Mar Mediterrâneo do Oceano Atlântico. Alguns destes povos já eram bem conhecidos naquela época, como os normandos e os celtas, que habitavam a região das Ilhas Britânicas, ou Ilhas Cassiterites, como eram mais conhecidas naquele tempo. Os vikings viviam mais ao norte, na Dinamarca, Escandinávia e na Islândia. Todavia já existiam especulações sobre outros povos que viviam no meio do Oceano Atlântico e eram moradores de uma suposta terra conhecida como Atlântida, e que muito provavelmente era a América.

Os fenícios costumavam viajar também pelo Oceano Atlântico e fundaram colônias no litoral noroeste da África, como a cidade de Tânger, localizada no Marrocos, além do Estreito de Gibraltar. Os fenícios eram um povo mais antigo do que os gregos e os romanos, viviam do comércio e visitavam muitas regiões distantes, durante a Antiguidade, em busca de mercadorias raras e exóticas. Neste mapa acima podemos ver as regiões dominadas pelos fenícios e as regiões dominadas pelos gregos, ao longo do litoral do Mar Mediterrâneo.


O problema da civilização fenícia é que algumas de suas colônias mantinham uma antiga e terrível tradição de realizar sacrifícios de crianças, de até 12 anos, em honra ao deus Moloch, como acontecia na antiga colonia fenícia de Cartago, no norte da África. Os próprios moradores fenícios sentiam orgulho de oferecer crianças pequenas e recém nascidas para serem queimadas nas fornalhas deste deus sanguinário, que era adorado por alguns dos seus habitantes. Por causa de barbaridades assim os fenícios eram vistos com ódio e desconfiança por muitos povos da antiguidade como, por exemplo, pelos hebreus.
Naquela época também já existiam as caravanas de mercadores que cruzavam o Deserto do Saara para ir buscar, nos países que ficavam junto ao Oceano Atlântico, (tais como o Marrocos, o Senegal e a Nigéria), artigos como ouro, escravos, marfim, pedras preciosas, sal, peles, madeiras raras, ovos de avestruz e animais exóticos.
Os fenícios de Cartago contratavam caravanas de moradores do Deserto do Saara, como os Garamantes, para irem buscar mercadorias existentes do outro lado do Continente Africano! Estas caravanas tinham que enfrentar bandidos e outros povos que assaltavam e praticavam a pilhagem no meio do Deserto do Saara, como os tuaregues.
        Alguns estudiosos defendem a ideia de que, antes dos navegadores portugueses e espanhóis terem estado aqui na América, outros povos antigos já teriam conhecimento destas terras e teriam inclusive comercializado com as antigas civilizações americanas, que lhes forneciam os artigos que procuravam, tais como ouro, estanho, pedras preciosas, peles, especiarias e outros produtos, difíceis de serem encontrados na Europa. Pode ser que algum dos antigos reinos, existentes na África, ou na Ásia, tivessem o costume de viajar, de vez em quando, para a América, em busca destes produtos raros.

Sabemos, com certeza, que os vikings e os polinésios, que eram excelentes navegadores, estiveram nas terras da América bem antes de Colombo ter pisado em solo americano. Os polinésios estiveram na Ilha da Páscoa e muito provavelmente no sul do Chile. Já os vikings, comprovadamente estiveram no Canadá, onde fundaram algumas colônias, por volta do ano 1000 d.C. Os escandinavos chamavam estas terras de Vinland, ou terra das vinhas! 
      Mas, os vikings não foram muito bem recebidos pelos nativos indígenas e algumas colonias vikings do Canadá foram exterminadas. Mas, pode ser que algumas colônias conseguiram se entender bem com os índios e fizeram até casamentos entre os dois povos. Com o tempo, estas colonias foram se misturando com os índios, mais numerosos, e foram perdendo os seus costumes e hábitos antigos.

        Em 2011 nos foi revelado que os índios Duhare, que viviam na Carolina do Sul, possuíam uma linguagem que se assemelhava muito com uma antiga linguagem gaélica da Irlanda. Os duhares possuem uma pele mais clara, são mais altos que os outros nativos indígenas, e criavam animais para retirar o leite e fazer queijos. Eles podem ser o produto da miscigenação de nativos indígenas com os vikings, ou com outras populações vindas das Ilhas Britânicas.       

Quando os espanhóis entraram em contato com os nativos duhares, em 1521, perceberam que eles eram diferentes, tinham ferramentas de metal, e que o chefe e sua esposa viviam em um castelo de pedras!

Existem também suspeitas de que uma frota com cerca de 300 navios chineses, comandada pelo almirante Zheng He, à serviço do Imperador da China, teria estado na América, 70 anos antes de Colombo! Comprovadamente Zheng He esteve viajando pelo Oceano Índico onde esteve na Índia, no Mar Vermelho e também em Moçambique, (quem sabe comprando ouro das ricas minas do Império de Monomotapa).

Os juncos chineses eram barcos bem equipados e podiam resistir bem ao mar bravio. Dizem que a frota de Zheng He era composta por cerca de 300 navios, e que ele fez a navegação em torno do globo terrestre! Alguns pesquisadores afirmam que Zheng He esteve no Brasil no ano de 1.423 aproximadamente.
A família de Zheng He era muçulmana e ele tinha como obrigação visitar Meca, antes de morrer. O que muito provavelmente conseguiu!
Muitas cidades do passado, que já existiam na América e na Ásia, antes das Grandes Navegações da Idade Moderna, eram maiores do que quase todas as capitais europeias daquele tempo, como por exemplo, a cidade asteca de Tenochtitlan. 

Segundo os historiadores, a capital asteca Tenochtitlan, antes de ser destruída por Fernando Cortez, em 1522, só era menor do que quatro cidades da Europa daquela época: Roma, Paris, Veneza e Constantinopla. Infelizmente Tenochtitlan foi rapidamente destruída pelos espanhóis e o seu povo foi espalhado pelo território mexicano.
Na verdade, os verdadeiros descobridores da América, e que a povoaram, à cerca de 15.000 anos atrás, foram os povos vindos da Ásia Central, passando pelo Estreito de Bering. Naquela época o estreito era uma imensa planície chamada Beríngia, porque o nível do mar era bem mais baixo. 

Sem dúvida os povos asiáticos usaram os seus trenós, puxados por cães, para fazer a travessia da Beríngia e ir para lugares com um clima mais ameno e com menos frio. Os esquimós e índios do Canadá tem muita semelhança física com os povos que habitam a Ásia Central, nas proximidades do Lago Baiakal.
Mas, ainda cabe aqui dar um destaque para a grande frota de navios, que uns dizem ter sido de 400 navios, e outros afirmam que foi de 2.000 barcos, organizada por um rico rei do Império do Mali chamado Abubacari II, durante a Idade Média. Abubacari abdicou do trono em prol do seu irmão Mansa Musa, que foi o homem mais rico do mundo naquela época. Mansa Musa dominava as mais ricas jazidas de ouro da África.

Historiadores dizem que Abubacari esteve no litoral de Pernambuco, na América Central e também no México. Na América Central parece que sua frota deixou alguns descententes, que se multiplicaram. No México Abubacari manteve contato com os índios olmecas, que acharam que Abubacari era um enviado dos deuses e fizeram uma grande estátua em sua homenagem.
Diante de tantas evidências, por que atribuir a Colombo a descoberta da América? Colombo já sabia que a América existia, e esteve aqui apenas para tomar posse, para os reis da Espanha, e para a cristandade, de uma terra que já era conhecida pelos navegadores da antiguidade. Navegadores estes que não tinham nenhum interesse em fazer propaganda daquelas terras, que eles já conheciam!
Mas, as documentações que comprovam estas versões históricas estão aparecendo, aos poucos, conforme avançam as pesquisas dos historiadores. Brevemente teremos mais novidades a respeito!




sexta-feira, 1 de julho de 2016

Caral, a primeira cidade-estado construída na América



                                  Caral, a cidade-estado mais antiga das Américas:

Centenas de anos antes de aparecerem as grandes civilizações dos incas, dos maias e dos astecas, na América Latina, existiu outra antiga civilização, situada na planície litorânea do Rio Supe, ao norte de Lima, no Peru, e que é considerada atualmente a primeira grande civilização complexa e organizada das Américas, a civilização mãe de todas as outras que apareceram depois, aqui na América.
A cidade-estado de Caral-Supe foi o centro de uma grande região situada ao longo do Vale do Rio Supe, que ia desde o litoral até o interior, nos sopés das montanhas dos Andes. Esta região foi povoada por agricultores e possuía cerca de 30 outros centros populacionais. Dentre estes, cerca de 18 centros também eram considerados sagrados e cerimoniais.
Contemporânea dos grandes impérios existentes em outros continentes, como a Civilização Egípcia e a Civilização da Suméria, esta grande civilização tinha na cidade-estado de Caral, o seu maior centro administrativo e religioso. Segundo as datações feitas em 2004, com o uso de radio-carbono, a Civilização de Caral foi formada pelos antigos agricultores que vieram se estabelecer nesta região, situada a cerca de 200 quilômetros ao norte da atual cidade de Lima, por volta de 3.500 anos antes de Cristo!
Naquela época o clima era diferente, e existiam cerca de 50 rios que carregavam toda a água proveniente do degelo andino para o litoral peruano. O uso destas fontes de água permitiu o desenvolvimento de uma agricultura irrigada e os agricultores puderam cultivar alimentos e plantas, tais como o feijão, a abóbora, a goiaba e o algodão. Mas, estranhamente, eles não cultivavam o milho. Eles faziam longos canais de irrigação usando como matéria prima as pedras que encontravam pela região. Existia também um intenso comércio entre os habitantes das aldeias situadas no vale. Os comerciantes levavam peixes e mariscos do litoral para o interior e traziam os tecidos feitos nas aldeias do interior do vale.
A cidade de Caral, que era um centro administrativo e religioso, foi contemporânea dos primeiros grandes impérios existentes em outros continentes, como a Civilização Egípcia, a Civilização da Suméria, e a Civilização da Ilha de Creta. Esta cidade-estado chegou a ter cerca de 30.000 habitantes e existiu no período entre 3.000 até 1.800 anos antes de Cristo! A cidade viveu o seu apogeu por volta de 2.620 a.C. Hoje, Caral é considerada pela UNESCO um Patrimônio Cultural da Humanidade.
Historicamente, a região do Vale do Rio Supe começou a ser estudada em 1905, quando Max Uhle fez algumas escavações, a cerca de 20 quilômetros daquele local. Posteriormente, em 1949, o viajante Paul Kosok e o arqueólogo americano Richard Schaedel visitaram aquelas ruínas que, naquela época, já eram conhecidas pelo nome de “Chupacigarro Grande”. Mas, o primeiro arqueólogo a realizar algumas escavações foi o francês Frederic Angel, em 1979. Ele descobriu que a cidade de “Chupacigarro Grande” foi construída por uma população que ainda não conhecia a cerâmica!
Somente em 1996 a arqueóloga peruana Ruth Shady, da Universidade Maior de San Marcos, realizou eficientes escavações naquelas ruínas e constatou a existência de uma grande cidade-estado. Ela apresentou o seu relatório em 1997, intitulado “A cidade sagrada de Caral-Supe”. Suas descobertas encantaram o mundo da arqueologia, e atualmente ela é a encarregada das principais escavações, que prosseguem na região de Caral-Supe.
Caral está localizada a 23 quilômetros da costa do Pacífico e possui uma área de 65 hectares. Várias pirâmides e templos em ruínas ainda hoje enfeitam aquele lugar, que se transformou em mais uma atração turística do Peru. A arrecadação feita com o turismo está sendo usada para continuar as escavações e estudos na região. Segundo afirmam alguns arqueólogos a cidade de Caral chegou a ter cerca de 30.000 habitantes, e eles tinham bons conhecimentos de geometria, matemática, música, agronomia, astronomia e técnicas de construção. A cidade ocupava uma área de 65 hectares. Muito provavelmente os seus habitantes falavam um idioma parecido com o quíchua.
Segundo os estudos e as datações, feitas com o uso do radio-carbono, os primeiros agricultores se estabeleceram ao longo do Vale do Rio Supe por volta de 3.500 antes de Cristo! Eles construíram longos canais de irrigação para aproveitar as águas dos rios e do degelo das neves das montanhas dos Andes. Estas técnicas de irrigação foram depois passadas para outras cidades que apareceram depois.
Em Caral foram construídas algumas pirâmides que chegavam a ter cerca de 18 metros de altura! Como ainda não conheciam a roda, as pedras eram arrastadas com o uso de areia e grandes cestos de palha trançada. Na área central da cidade ficavam os prédios públicos, os templos e as casas da elite. Na periferia ficavam as casas da população mais humilde.
Segundo a arqueóloga Ruth Shady, por volta de 1.950 a.C. aconteceu uma forte mudança climática naquela região que se manifestou primeiro através de terremotos intensos e inundações. Depois veio a seca prolongada, que fez com que a areia invadisse os campos de cultivo e formasse grandes dunas de areia no Vale do Rio Supe. Aos poucos a areia foi invadindo os canais de irrigação, as plantações foram prejudicadas e foram desaparecendo.
Os caralinos foram sofrendo com a fome, a seca, as doenças e a extinção dos rios. Por isso resolveram abandonar aquela região, por volta de 1.800 a.C, e emigrar para outras áreas mais férteis e onde já existiam outros centros populacionais, levando consigo a cultura e as técnicas de irrigação desenvolvidas em Caral-Supe.
 Até hoje o idioma mais falado pelos índios e seus descendentes, nas montanhas dos Andes, é o quíchua. Ele é falado por cerca de 15 milhões de pessoas nas montanhas do Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Argentina e norte do Chile. O idioma quíchua pertence ao ramo linguístico Aimará, que é a segunda língua mais falada, adotada por cerca de 2,5 milhões de pessoas. Na figura abaixo vemos uma menina indígena, descendente dos incas, ao lado de uma alpaca, animal típico das montanhas dos Andes, na América do Sul.