domingo, 27 de novembro de 2022

Antigos povos nômades que povoaram o norte da América

 


Antigos povos nômades que povoaram o norte da América do Norte:

Existem registros arqueológicos que comprovam que a região da atual Província de Yukon, no norte do Canadá, já estava povoada por povos vindos da Planície da Beríngia, à cerca de 24.500 anos atrás! Da mesma maneira, à cerca de 500 anos antes, povos navegadores, do norte do Oceano Pacífico, que vieram costeando as Ilhas Aleutas, já tinham povoado as ilhas do sul do Golfo do Alaska. Assim, acredito que o litoral sul do Alaska foi povoado bem antes que a atual Província de Yukon, ou seja, à cerca de 25.000 anos atrás.

A Planície da Beríngia era uma grande porção de terra que existia no Estreito de Bering, durante o final do Período Paleolítico Superior, durante a chamada “Era do Gelo”, quando o derretimento das geleiras ainda não tinha acontecido. Este derretimento das grandes geleiras começou a acontecer por volta de 12.000 anos antes de Cristo, e foi o responsável pela elevação das águas do Oceano Pacífico, fazendo com que o grande Continente Norte-Americano, e todos aqueles que lá viviam, ficassem isolados das planícies da Sibéria. Mas, antes que isto acontecesse, os animais e as pessoas, que viviam na grande Planície da Beríngia, tiveram tempo para procurar abrigo nas terras mais altas da Ásia e da América do Norte.

Da mesma maneira, no passado, existia uma grande ponte de terra ligando todas as ilhas que hoje formam as Ilhas Aleutas, formando assim uma grande cordilheira, por onde passaram os povos que viviam tanto na Beríngia, como também nas ilhas que hoje formam o norte do atual Japão.

As Ilhas Aleutas foram povoadas bem antes do que a Beríngia, por volta de 30.000 anos atrás. Isto permitiu com que os antigos povos navegadores fossem costeando as montanhas que hoje formam as Ilhas Aleutas, até chegarem nas ilhas do Golfo do Alaska como, por exemplo, no arquipélago das Ilhas Kodiak.

Hoje em dia, ainda existem povos vivendo no Alaska (Península do Alaska) que são parentes dos mesmo povos que vivem no litoral do extremo leste da Rússia, na Sibéria, (Península de Kamchatka). Estes povos são chamados de Povos Yupik, e são alguns dos últimos sobreviventes dos povos nômades que caçavam e pescavam nas terras da antiga Planície da Beríngia. Eles também fizeram parte dos povos que ajudaram a povoar as terras da atual Província do Yukon, no norte do Canadá.


Naquela época, os caçadores, pescadores e coletores, que pertenciam aos povos que viviam na Sibéria, já tinham o conhecimento da arte da navegação costeira, feita em embarcações pequenas, de diversos tipos, inclusive com um flutuador lateral. Eles foram navegando ao redor do litoral das Ilhas Aleutas, no período compreendido entre 30.000 e 25.000 anos antes de Cristo. Assim, tiveram muito tempo para povoar as ilhas do Golfo do Alaska, inclusive as inúmeras ilhas que formam o Arquipélago de Alexander, e onde fica hoje a capital do Alaska, a cidade de Juneau.

Naquela região do litoral sul do Alaska, os navegadores encontraram várias florestas e madeiras de excelente qualidade, para fazerem as suas embarcações e também os seus trenós de madeira.

Quanto aos povos que atravessaram a planície gelada da Beríngia a pé, ou usando trenós puxados por renas e cães, eles conseguiram chegar nas terras que hoje formam as atuais Províncias do Yukon, da Colúmbia Britânica e dos Territórios do Noroeste do Canadá, por volta de 24.500 anos atrás.

Para realizarem estes incríveis povoamentos, eles foram subindo os vales dos rios que existem naquela região, tais como os vales dos Rios Yukon, Rio Porcupine, e vale do Rio Mackenzie.


Naquela região, os povoadores encontraram inúmeras manadas de animais selvagens, que conseguiram caçar, mas também, grandes feras selvagens, que constituíam um grande perigo para o ser humano! Felinos e animais perigosos, tais como o tigre dente de sabre, o mamute, o urso gigante, o alce gigante, a preguiça gigante, o búfalo, a águia americana e outros, existiam em grande quantidade, durante aquela época. Nesta região, também ficam as grandes Montanhas Rochosas do norte do Canadá.

O Vale do Rio Porcupine ajudou estes antigos povoadores a atingir o fértil vale do Rio Mackenzie, onde fica o Grande Lago do Escravo e o Grande Lago do Urso. Nesta região, eles encontraram grandes planícies povoadas por manadas de animais, e também vários lagos ricos em peixes.

Naquela região a caça era abundante, e eles aprenderam a usar as peles dos animais selvagens para fazer as suas roupas, seus mocassins, e seus barcos do tipo caiaques. Também usaram as peles dos animais que caçavam para fazer as suas tendas e esconderijos. Assim, eles começaram a formar as suas primeiras tribos e comunidades.

As presas dos mamutes também foram usadas para construir a entrada das tendas, os cabos das ferramentas, facas, e as esculturas que mostravam detalhes da vida que passaram a levar nas novas terras conquistadas. Com a madeira das florestas eles aprenderam a construir os totens, que era uma parte importante da sua religião. Com as madeiras eles também aprenderam a fazer a estrutura dos caiaques e dos trenós, que usaram para cruzar os campos nevados, os rios, e os lagos daquela região fria, situada no norte do atual Canadá.

As renas e os cães foram domesticados e treinados para puxar os trenós, com os quais os povos antigos, vindos da Beríngia, atingiram as regiões mais distantes do Canadá e da América do Norte. A arte de construir canoas e trenós de madeira também teve que ser aperfeiçoada e melhorada, com o passar dos anos. Assim, os antigos povoadores puderam ir mais rápido e mais longe até lugares distantes do território do novo continente que estavam desbravando!


 
As ilhas do litoral sul do atual Alasca, e também do litoral oeste do atual Canadá, forneceram as madeiras que os povoadores estavam precisando, e que eles não podiam encontrar na Planície da Beríngia. Essas madeiras foram de grande utilidade para a construção de tendas, totems, canoas, trenós, bancos, armas, e também para fazer o fogo. Ilhas tais como o Arquipélago de Alexander e as Ilhas da Rainha Charlotte, eram muito ricas em florestas de madeira.

Na América existiam vários animais que os povoadores não encontravam na Ásia com tanta facilidade, tais como o alce gigante, o búfalo, o mamute, o urso gigante, a preguiça gigante, os grandes felinos selvagens, o tatu gigante, a águia americana, e vários outros. Alguns pesquisadores dizem que os camelos são originários da América, e que eles também foram domesticados, pelos beringianos, para servir como montaria, para fornecer lã, leite, ou até mesmo para puxar os seus trenós! 

Os povos navegadores, que vieram pelas Ilhas Aleutas, também atingiram outras regiões do litoral do Alaska e do Canadá como, por exemplo, as Ilhas da Rainha Charlotte e a Ilha Vancouver, no litoral da atual Província da Colúmbia Britânica. Com os diversos tipos de madeiras encontradas nestas ilhas eles puderam fazer novas embarcações, para navegar ao longo do litoral da América do Norte.

Pessoalmente, eu acredito que estes navegadores encontraram outros povos, ao se aproximarem da região do litoral do atual México. Acho que estes navegadores encontraram antigos povos vindos das Ilhas do Oceano Pacífico, tais como das Ilhas da Polinésia, do Japão e do Havaí. Mas, isto é apenas uma hipótese, pois ainda são bem poucas as provas arqueológicas e científicas que comprovam isto, muito embora, já existam alguns estudos interessantes a respeito, como aqueles que falam sobre a vinda de antigos colonizadores das Ilhas da Polinésia, durante o final do período Paleolítico Superior.


Penso que também existe uma remota possibilidade destes povos navegadores e povoadores, que eram da espécie Homo Sapiens, terem encontrado nas Américas algumas tribos dos antigos hominídeos que vieram da Ásia. Os Homo Erectus e os Homens de Neanderthal também poderiam ter entrado pela Planície da Beríngia! Eles eram uma espécie de hominídeo bem mais antiga que os Homo Sapiens, e também poderiam ter entrado pela Beríngia, numa época bem mais anterior, à cerca de 45.000 ou 55.000 anos atrás, para fugir de alguma perseguição feita pelos Homo Sapiens!

Na América do Norte as antigas espécies de hominídeos poderiam ter encontrado um abrigo seguro, onde poderiam ter vivido em paz por algum tempo, até serem exterminados ou assimilados pelos Homo Sapiens. Também acredito que estes antigos hominídeos poderiam ter vindo até acompanhados por algumas espécies de pequenos dinossauros, que ainda existiam na Ásia, à cerca de 55.000 anos atrás. 

Muitas espécies de dinossauros evoluíram e se transformaram em outros tipos de animais, como foi o caso dos dinossauros voadores, da tartaruga gigante, e também dos pequenos dinossauros que se transformaram em lagartos grandes, como os jacarés e os lagartos gigantes das ilhas da Indonésia, (dragão de komodo). Assim, eles também poderiam ter vindo da Ásia junto com os antigos povos nômades que atravessaram a Planície da Beríngia, para povoar o Canadá. Muitos fósseis de dinossauros também são achados, hoje em dia, no território da atual Argentina.


Mas, o fato é que estes antigos povoadores nômades entraram no Continente Americano pelo norte do Canadá, pelas Ilhas Aleutas e pela Beríngia. Encontraram um paraíso fértil e generoso, por onde se espalharam e se multiplicaram, por diversas regiões, onde constituíram tribos e também diversas nações diferentes. 

Acredito também que os povoadores também tiveram contato com povos de outros continentes, tais como com os povos da África, da China, da Oceania, do Oriente Médio, e até da Europa. Aqui na América, estes antigos povoadores construíram vários impérios e criaram ricas culturas, tais como os Impérios Asteca, Maia, Olmeca, Tolteca, e Zapoteca, nas Américas Central e do Norte.

Na América do Sul, tivemos a construção do grande Império Inca, da Civilização de Tiahuanaco, e também da Civilização de Caral, a mais antiga da América do Sul, e que começou a ser construída por volta de 3.000 a.C, e existiu até cerca de 1.800 a.C. Caral era um grande centro religioso, que chegou a ter cerca de 30.000 habitantes, e que ficava perto do litoral do Peru, mostrando que os seus habitantes provavelmente vieram do Oceano Pacífico.

Antes do final da Era do Gelo, o nível das águas do Oceano Pacífico era bem mais baixo, e existiam muito mais ilhas que poderiam facilitar a chegada de povos navegadores vindos da Polinésia como, por exemplo, das Ilhas da Polinésia Francesa. Assim, existe uma certa possibilidade de que os antigos caralinos, que começaram a construir a Civilização de Caral, sejam descendentes dos antigos navegadores que vieram das Ilhas da Polinésia, à cerca de 14.000 ou 13.000 anos antes de Cristo, para colonizar o litoral do atual Peru.


 

Nos desertos dos atuais EUA também tivemos o surgimento da Civilização dos Povos Anasazis. Os anasazis eram construtores de cidades, e começaram a se organizar por volta de 5.500 a.C. Eles existiram até cerca de 1.300 d.C. Os anasazis viviam perto do Rio Colorado e criaram a famosa Cidade de Mesa Verde. Depois que eles desapareceram, os antigos índios pueblos começaram a ocupar aquela região, que já estava se transformando num deserto, devido ao aquecimento climático.

Os povos originários, que colonizaram as Américas, viveram relativamente bem, e em paz, por milênios, até o final do Século XV, quando foram invadidos e exterminados pelos povos guerreiros belicosos, vindos da Europa, e possuidores de uma cultura agressiva, ambiciosa, cruel e muito mais selvagem!

Estes povos que começaram a invadir a América, no final do Século XV, foram os ingleses, franceses, russos, espanhóis, holandeses e portugueses que, fingindo-se de amigos, fizeram de tudo para roubar as terras dos povos originários, destruir as suas cidades e a sua cultura, e também impor uma religião sanguinária, e que os povos originários não aceitavam e nem entendiam.

Assim, os povos originários nômades foram os primeiros a se estabelecer nas Américas, onde encontraram uma espécie de paraíso intocado, e onde formaram as suas culturas e várias nações. Infelizmente, eles começaram a ser agressivamente exterminados e assimilados por uma cultura estranha, vinda da Europa, no final do Século XV.

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