Criptomoedas:
Criptomoedas são um tipo
de dinheiro eletrônico, que começou a ser usado na década de 90, e que não são
emitidas por nenhum governo ou banco. Elas surgiram inicialmente pela vontade de
se substituir o dinheiro tradicional por alguma outra forma de meio de troca. A
mais comuns das criptomoedas são o bitcoin e o ethereum. A comunidade da rede
do bitcoin costumava ser regida pelo site bitcoin.org
Em 1998 o engenheiro de
computação chinês Wei Dai, formado na Universidade de Washington, sugeriu usar
a criptografia como forma de controle das emissões e transações feitas com um
novo tipo de dinheiro digital. Ele desenvolveu a biblioteca criptográfica
Cripto++ e criou um sistema de criptomoedas, chamado b-money, que dispensava o
uso de uma autoridade central (Banco Central) para fazer o controle das moedas,
como acontece com as moedas convencionais, como o dólar e o real, por exemplo.
Mais tarde, ele também criou o bitcoin, uma criptomoeda com a qual você pode
transferir fundos de A para B sem precisar confiar em um terceiro para efetuar
esta simples tarefa!
Criptografia é o uso de
códigos, ou sinais, para impedir que terceiros possam ler, ou decodificar, as
mensagens existentes nos dados. Assim, a criptografia pode ser usada para
garantir a segurança dos dados e das informações confidenciais.
Segundo os
historiadores, a primeira pessoa a criar uma linguagem de programação para as
máquinas “inteligentes”, foi a matemática inglesa Ada Lovelace, em 1843. De lá
para cá, o processo de criação dos computadores evoluiu muito, dando origem à
atual Era da Informática!
Quando os dados de um
programa de computador são criptografados, é aplicado um algoritmo para
codificá-los, de modo que eles não tenham mais o formato original! Estes dados
só poderão ser decodificados para o formato original com o uso de uma chave de
decriptografia específica, (um certo tipo de senha).
Algoritmo é uma
sequência de operações que procuram obter uma solução para um determinado tipo
de problema, e com a finalidade de chegar a um objetivo específico. Uma receita
de bolo, por exemplo, é um tipo de algoritmo que tem como finalidade chegar até
a preparação final do bolo. Assim, um algoritmo são os passos necessários
(instruções) para se realizar uma determinada tarefa! Um fluxograma feito por
um programador de computadores é outro exemplo de algoritmo.
Agora, já sabemos que um
algoritmo é um conjunto de diretrizes que permitem solucionar um problema,
usando um certo número de etapas. Dentro do universo das criptomoedas, um
algoritmo de consenso é aquele que é aceito por todos os elementos de um grupo,
para se evitar as atividades fraudulentas!
Todas as transferências
de valores são registradas em um livro razão (blockchain) que pode ser compartilhado,
garantindo assim a transparência do sistema de criptomoedas. Também são
oferecidas informações (tokens) e determinados blocos de transações para os
participantes de determinadas redes de criptomoedas, com a finalidade de
encorajar os participantes a fazerem novos investimentos na rede.
Em 1998 o engenheiro de computadores Wei Dai publicou um artigo, onde ele descrevia um sistema de Caixa Eletrônico Anônimo que podia ser distribuído para um grupo de participantes anômimos que, usando pseudônimos digitais indetectáveis (apelidos), podiam efetuar pagamentos com dinheiro, uns aos outros, inclusive com a possibilidade de fazer cumprir contratos firmados entre eles, sem a ajuda externa, de fora da rede.
Naquela ocasião, Wei Dai também descreveu os principais conceitos do b-money e
que foram posteriormente aplicados na criação do bitcoin e em outras
criptomoedas. São eles:
1- prova de trabalho no
computador, conhecido como “Prova de Trabalho”.
2- verificação do
trabalho pela comunidade, que depois atualiza um livro razão coletivo.
3- o trabalhador (também
conhecido como “minerador”) recebe um fundo (recompensa) pelos seus esforços.
4- a troca dos fundos é
feita por uma escrituração coletiva, que depois é autenticada por meio de
hastes criptográficas.
5- os contratos entre os
participantes são feitos por meio de transmissões e assinatura de transações,
onde são usadas as assinaturas digitais, e onde é usada uma criptografia de
chave pública.
Hastes criptográficas
são blocos de senhas garantidas pela criptografia, e criptografia de chave
pública (ou assimétrica) é aquela que usa duas chaves públicas codificadas para
cada participante da rede de criptomoedas, para garantir a segurança dos dados.
A segunda chave pública é parelhada, e o portador da chave tem que fazer ela
coincidir com a segunda chave pública!
Mais tarde, estes
estudos chamaram a atenção de um empresário anônimo, conhecido pelo apelido de
Satoshi Nakamoto, que decidiu contratar Wei Dai e Adam Back para desenvolver
uma criptomoeda, que foi chamada de Bitcoin! Adam Back é um empresário
britânico que faz parte de um grupo informal de pessoas que defendem e são
muito interessados em criptografia (cypherpunks). Juntos, eles criaram o
primeiro banco de dados e registro de transações com criptomoedas, no ano de
2008, chamado Blockchain.
No universo das
criptomoedas não existe um Banco Central para interferir, acompanhar as
transações e controlar o sistema. Por isso, as transações precisam ser
registradas e validadas por um grupo de pessoas que usam os seus computadores
para gravá-las no Blockchain. Estas pessoas são conhecidas como Mineradores e,
pelo seu trabalho, elas são remuneradas com novas unidades de criptomoedas.
Assim, o Blockchaim é um registro das transações com criptomoedas, ou um banco
de dados públicos, onde fica o histórico de todas as transações realizadas com
cada unidade de criptomoedas, estatísticas e informações do mercado de
criptomoedas do Bitcoin.
Wei Dai também criou a
Crypto++, que é uma biblioteca gratuita de código aberto dos algoritmos e
esquemas criptográficos. Ela tem sido usada em projetos estudantis, projetos
não comerciais e até por algumas empresas.
Em abril de 2007 Wei
Dai, com a ajuda de Ted Krovetz, professor de Ciências da Computação da
Universidade da Califórnia, criaram o algoritmo VMAC, que é um código de
autenticação de mensagens que usa uma impressão digital universal (hash
universal).
A criptomoeda Ethereum
foi organizada por Vitalik Buterim em janeiro de 2014, e lançada no dia 30 de
julho de 2015. Vitalik é um programador russo-canadense que nasceu em Moscou.
Imigrou com sua família para o Canadá, quando tinha apenas 6 anos de idade, e
começou a desenvolver a ideia desta criptomoeda no final de 2013.
Inicialmente, o Ethereum nasceu da ideia de uma plataforma descentralizada para desenvolvimento de um software que facilitava a criação de novas empresas e programas que compartilhavam de um único blockchaim. Posteriormente, acabou por se transformar numa criptomoeda também.
O Ethereum é o resultado
de uma divisão da sua rede de criptomoedas, após um hacker ter encontrado uma
falha na rede, em 2016, e ter roubado cerca de 50 milhões de dólares em Ether
(a moeda da rede Ethereum). Assim, a moeda antiga desta rede passou a se chamar
Ethereum Classic, e foi criada uma nova moeda, com o nome tradicional de Ethereum.
O empresário anônimo, apelidado
de Satoshi Nakamoto, investiu na criação da tecnologia do Blockchain, em 2008,
para criar o primeiro banco de dados para registro das transações com as
criptomoedas do Bitcoin. Em 18 de agosto de 2008 ele registrou o nome de domínio
bitcoin.org, onde também criou um site neste endereço. Em 31 de outubro de 2008
Nakamoto publicou um artigo chamado “Bitcoin: um sistema de dinheiro
eletrônico”.
Em 2010 Nakamoto decidiu
encerrar a sua participação no projeto do bitcoin. Entregou o controle do
repositório de código-fonte e a chave de alerta da rede para o desenvolvedor de
software Gavin Andresen, e também transferiu vários domínios para membros
proeminentes da comunidade bitcoin, desaparecendo em seguida!
Repositório de código-fonte é uma ferramenta que serve de plataforma para hospedagem de software. Também pode permitir (ou não) que os participantes da rede acessem os programas armazenados. Duas das principais plataformas de armazenamento de código-fonte são o GitHub e o GitLab.
Gavin Andresen (ou Gavin
Bell) foi o desenvolvedor líder do bitcoin até 2014. Ele foi o criador da
Bitcoin Foudation, em setembro de 2012, para promover o desenvolvimento desta
criptomoeda. Em 2013 a criptomoeda bitcoin mudou de nome para Bitcoin Core,
devido a problemas técnicos com o software. Mas, o Bitcoin Core só foi lançado
oficialmente em 2016, com uma melhoria de escala, para otimizar o tamanho do
bloco do bitcoin.
Em 01 de agosto de 2017 apoiadores dos grandes blocos do bitcoin, que estavam insatisfeitos com as melhorias implementadas, no Bitcoin Core, resolveram bifurcar o software para criar a criptomoeda Bitcoin Cash. Os preços do Bitcoin Cash começaram em US$998, em agosto de 2017, e conseguiram atingir o seu recorde histórico de US$19.783,06, em dezembro de 2017!
Hoje em dia, a função de
principal desenvolvedor e supervisor do bitcoin é desempenhada por Wladimir Van
der Laan, que mora na Holanda. Ele é atualmente o principal mantenedor líder do repositório de
código fonte do Bitcoin, na plataforma do GitHub. Van der Laan também vem sendo
auxiliado por Peter Wuille e Greg Maxwell.
O ainda desconhecido
Satoshi Nakamoto registrou o software da criptomoeda Bitcoin no serviço de
hospedagem Sourceforge, em 09 de janeiro de 2009. O Sourceforge é um serviço da
Web que oferece aos desenvolvedores de software um local centralizado para
controlar e gerenciar projetos de software livres e de código aberto.
O Sourceforge fornece
uma série de serviços, tais como: um repositório do código-fonte, rastreamento
de bugs, wiki para documentação, espelhamento de dowloads para balanceamento de
cargas, fóruns para suporte ao usuário, listas de discussão para
desenvolvedores e usuários, boletim de notícias, e microblog para publicação de
projetos e atualizações. Também oferece acesso gratuito e hospedagem para os
desenvolvedores de software livre e de código aberto. Em agosto de 2009, o
domínio Sourceforge.net atraiu mais de 33 milhões de visitantes!
Em setembro de 2020 o site do Sourceforge afirmou que já estava hospedando mais de 502.000 projetos e que já tinha mais de 3,7 milhões de usuários. Desde 2012 o site do Sourceforge vem sendo executado no software do Apache Allura, que é um programa especializado para gerenciar repositórios de código fonte, vários relatórios de erros, páginas wiki, discussões, blogs e outras ferramentas para projetos individuais.
O repositório de
código-fonte, além de conter a hospedagem do software de uma criptomoeda, ele
também é um programa usado para gerenciar diferentes versões do desenvolvimento
de um documento qualquer. Ele também é chamado de Sistema de Controle de
Versões (VCS ou SCM).
Software Livre é o
programa que permite ao usuário executar, acessar e até modificar o código-fonte,
e também redistribuir cópias com (ou sem) modificações. Já o código-fonte é o
conjunto de palavras ou símbolos, escritas de forma ordenada, com instruções
feitas em linguagem de programação, e de maneira bem lógica! Este conjunto de
palavras e símbolos formam as linhas de comando!
Um autenticador de
mensagens é uma parte do programa com informações usadas para autenticar uma
mensagem e evitar violações, aumentando assim a privacidade. Uma sequência de
operações (algoritmo) do tipo MAC, com função de dispersão chaveada, é aquele
que recebe uma chave secreta e também uma mensagem para ser autenticada. Ele
fornece como saída uma etiqueta (do tipo MAC) que protege a integridade dos
dados e garante a sua autenticidade!
Atualmente existem mais
de 1500 criptomoedas no mercado mundial. Algumas das mais conhecidas são
Bitecoin Core, Bitecoin Cash, Ethereum, Ripple (XRP), Litecoin, Bitecoin SV,
EOS, Tether, Zcash (Zec), Tezos, Monero, Cardano, Stellar, Nem, Dogecoin,
Ethereum Classic, Niobium Coin, etc.
A criptomoeda Bitcoin
Cash sofreu uma nova ruptura em 2018, provocada por dois grupos de investidores
rivais, e deu origem ao Bitcoin ABC (ainda chamada de Bitcoin Cash) e Bitcoin
SV. O fato é que no início de abril de 2018 o Bitcoin SV estava cotado em
US$58,19, enquanto que o Bitcoin Cash (ABC) estava cotado em US$293,36.
No ano de 2019 as criptomoedas que mais se valorizaram foram: Binance Coin subiu 475%, Tezos (XTZ) subiu 255%, Litecoin (LTC) subiu 254%, Bitcoin Cash subiu 166%, EOS subiu 158%, Bitcoin Core subiu 134%, Cardano (ADA) subiu 106%, Monero (XMR) subiu 93%, Ethereum subiu 91%.
Neste ano de 2020 as
criptomoedas que mais subiram foi a Chailink, que valorizou 768%, e a Bitcoin
SV, que valorizou 280%. Aqui no Brasil, a criptomoeda que mais se valorizou em
2020 foi a Tezos, do Banco BTG Pactual, que subiu 145%.
Aqui no Brasil, também foi
lançada uma criptomoeda, em 17 de outubro de 2017, pela Bolsa de Moedas
Virtuais Empresariais de São Paulo (BOMESP), utilizando o padrão ERC-20 do
Ethereum, chamada Niobium Coim (NBC), em referência ao nióbio, metal do qual o
Brasil é o maior produtor mundial!
Muitos projetos de
criptomoedas não dão certo e acabam morrendo. Por isso, é preciso cautela antes
de investir, e procurar diversificar os seus investimentos, ou seja, não
colocar todos os seus ovos na mesma cesta!
O fato é que as criptomoedas apareceram com o advento da Era da Informática, mas continuam sendo um tipo de moeda digital elitizada, sem o lastro do ouro, e acessível para uma minoria que conhece bem informática e dispõe de tempo para fazer as pesquisas de mercado. Existem Corretoras de Valores que fazem o investimento para os menos informatizados, mas, elas cobram uma determinada taxa pelos seus serviços. As criptomoedas vieram para beneficiar uma elite informatizada, geralmente com curso superior, que conhece um pouco do idioma inglês, pode comprar um microcomputador ou celular, e tem boas noções de informática.
Assim, a maioria da população mundial ainda desconhece este tipo de investimento e continua confiando nos tradicionais investimentos do Sistema Monetário Mundial!
A preparação deste resumo sobre criptomoedas também foi uma tentativa de colocar algumas pessoas à par do funcionamento deste novo mercado de investimentos. Afinal de contas, todas as pessoas devem ter o direito de investir nas criptomoedas e de sair lucrando!